Um símbolo acima de todos os outros.
Adornando seus altares, vestimentas, campanários e Escrituras havia a imagem singular da cristandade — a de um ser humano precioso e sacrificado. Mais do que qualquer outra fé, o cristianismo compreendia o poder transformador do sacrifício. Mesmo na atualidade, para honrar a imolação de
Jesus, seus seguidores realizavam débeis gestos individuais de renúncia... jejuns, restrições na Quaresma, dízimos.
Todas essas coisas, é claro, são impotentes. Sem sangue... não existe sacrifício de verdade.
As forças das Trevas adotavam o sacrifício de sangue havia muito tempo e, com isso, tinham se tornado tão poderosas que o bem agora lutava para mantê-las sob controle. Em breve a Luz seria consumida por completo e a escuridão se espalharia sem obstáculos pela mente dos homens.
CAPÍTULO 97
— O número 8 da Franklin Square tem que existir — insistiu Sato. — Procure de novo!
Nola Kaye sentou-se à sua mesa e ajustou o fone de ouvido.
— Já procurei por toda parte... esse endereço não existe em Washington.
— Mas eu estou no telhado do One Franklin Square, o prédio moderno que fica no número 1 — disse Sato. — Tem que haver um número 8!
A diretora Sato está em cima de um telhado?
— Espere um pouco.
Nola iniciou uma nova busca. Estava cogitando contar à diretora do ES sobre o hacker, mas Sato no momento parecia obcecada pelo número 8 da Franklin Square. Além do mais, a analista ainda não tinha todas as informações. Onde está aquele idiota da segurança de sistemas?
— Certo — disse Nola, fitando o monitor. — Estou vendo qual é o problema. One Franklin Square, o tal número 1 de que a senhora está falando, é o nome do edifício... não o endereço. O endereço na verdade é Rua K, 1.301.
A notícia pareceu deixar a diretora confusa.
— Nola, não estou com tempo para explicar... A pirâmide aponta claramente para o endereço Franklin Square, 8.
Nola se empertigou na cadeira. A pirâmide aponta para um lugar específico?
— A inscrição — continuou Sato — diz o seguinte: “O segredo se esconde dentro da Ordem: Eight Franklin Square.”
Nola mal conseguia imaginar uma coisa daquelas.
— Ordem como... uma ordem maçônica ou uma fraternidade?
— Suponho que sim — respondeu Sato.
Nola pensou um pouco e então recomeçou a digitar.
— Senhora, talvez os números dos prédios da praça tenham mudado com os anos, não? Quer dizer, se essa pirâmide é tão antiga quanto reza a lenda, quem sabe a numeração da Franklin Square não era diferente quando ela foi feita? Estou fazendo uma busca aqui sem o número 8... só por... “ordem”... “Franklin Square”... e “Washington, D.C.”... talvez assim a gente consiga descobrir se existe... — Ela parou a frase no meio quando os resultados da pesquisa surgiram.
— O que você encontrou? — quis saber Sato.
Nola encarou o primeiro resultado da lista — uma imagem espetacular da Grande Pirâmide do Egito, que servia de fundo de tela para o site dedicado a um prédio na Franklin Square. O prédio era diferente de todos os outros que havia ali.
Ou na cidade inteira, por sinal.
O que chamou a atenção de Nola não foi a arquitetura bizarra do edifício, mas sim a descrição do seu propósito. Segundo o site, aquele estranho prédio havia sido construído como um santuário místico sagrado, projetado por... e para... uma antiga ordem secreta.