O recado que Mal’akh acabara de receber era de seu contato — Warren Bellamy —, o maçom que ele enviara ao Capitólio para ajudar Robert Langdon. Assim como o professor, Bellamy queria que Peter Solomon fosse devolvido com vida, por isso lhe garantiu que ajudaria Langdon a obter e decifrar a
pirâmide. Mal’akh passara a noite inteira recebendo atualizações por e-mail, que haviam sido automaticamente encaminhadas para seu celular.
Isso deve ser interessante, pensou Mal’akh ao abrir a mensagem.
De: Warren Bellamy
acabei me separando de langdon
mas consegui a informação que você
pediu. prova em anexo. ligue para
pedir a peça que falta. — wb
— um anexo (jpeg) —
Ligue para pedir a peça que falta?, estranhou Mal’akh, abrindo o anexo.
Era uma foto.
Quando Mal’akh a viu, arfou, sentindo o coração golpear seu peito de tanta emoção. Estava olhando para o dose de uma diminuta pirâmide de ouro. O lendário cume! A elaborada inscrição na superfície trazia uma mensagem promissora: O segredo se esconde dentro da Ordem.
Foi então que notou, logo abaixo da inscrição, algo que o deixou espantado. As palavras pareciam reluzir. Incrédulo, ficou encarando o texto de brilho tênue e percebeu que a lenda era literalmente verdade: A Pirâmide Maçônica se transforma para revelar seu segredo a quem é merecedor.
Mal’akh não sabia como aquela transformação mágica havia ocorrido, e isso não lhe interessava. O texto brilhante indicava uma localização específica em Washington, D.C., exatamente como profetizado. Franklin Square. Infelizmente, a foto do cume também incluía o dedo indicador de Warren Bellamy, estrategicamente posicionado para esconder uma informação essencial.
O
segredo
se esconde
dentro da Ordem
????Franklin Square
Ligue para pedir a peça que falta. Mal’akh finalmente entendeu o que Bellamy queria dizer.
O Arquiteto do Capitólio tinha cooperado com ele a noite inteira, mas agora decidira fazer um jogo perigoso.
CAPÍTULO 92
Sob o olhar atento de vários agentes armados da CIA, Langdon, Katherine e Bellamy aguardavam ao lado de Sato na sala de estar do Cathedral College. Diante deles, sobre a mesa de centro, a bolsa de couro de Langdon ainda estava aberta, e o cume de ouro despontava pela abertura. As palavras Eight Franklin Square já haviam se apagado, sem deixar nenhum vestígio de sua existência.
Katherine havia implorado a Sato que a deixasse ir ver o irmão, mas a diretora se limitara a negar com a cabeça, seus olhos grudados ao celular de Bellamy. O aparelho estava sobre a mesa de centro e ainda não havia tocado.
Por que Bellamy simplesmente não me disse a verdade?, perguntou-se Langdon. Ao que tudo indicava, o Arquiteto passara a noite inteira em contato com o seqüestrador para lhe assegurar que Langdon estava progredindo na decodificação da pirâmide. Era um blefe, uma tentativa de ganhar tempo para Peter. Na verdade, ele estava fazendo todo o possível para evitar que o segredo da pirâmide fosse revelado. Agora, contudo, o Arquiteto parecia ter mudado de time. Ele e Sato estavam dispostos a pôr em risco o segredo na esperança de capturar aquele homem.
— Tirem suas mãos de mim! — gritou uma voz idosa no saguão. — Eu sou cego, não inválido!
Sei andar pelo Cathedral College! — O decano Galloway continuou protestando bem alto enquanto um agente da CIA o conduzia com brutalidade até a sala de estar, forçando-o a se sentar em uma das cadeiras.
— Quem está aí? — quis saber Galloway, fixando os olhos vazios no espaço à sua frente. — Pelo barulho, vocês parecem ser muitos. De quantas pessoas precisam para prender um velho? Francamente!
Nós somos sete — declarou Sato. — Incluindo Robert Langdon, Katherine Solomon e seu irmão maçom Warren Bellamy.
Galloway afundou os ombros e toda a sua insolência desapareceu.
— Nós estamos bem — disse Langdon. — E acabamos de saber que Peter está em segurança.
Seu estado é grave, mas a polícia está cuidando dele.
— Graças a Deus — disse Galloway. — E a...
Um zumbido alto fez todos os presentes se sobressaltarem. Era o celular de Bellamy que vibrava sobre a mesa. O silêncio foi geral.
— Muito bem, Sr. Bellamy — disse Sato. — Não estrague nossa chance. O senhor sabe o que está em jogo.