Precisamos de um táxi.
Chegaram à esquina da Rua 3 com a East Capitol. Havia pouco tráfego e, quando Langdon olhou em volta à procura de um táxi, sentiu suas esperanças murcharem. Ele e Katherine saíram correndo pela Rua 3 na direção norte, afastando-se mais ainda da Biblioteca do Congresso. Foi só depois de percorrerem um quarteirão inteiro que Langdon finalmente viu um táxi dobrando a esquina. Fez sinal para o motorista e o táxi encostou.
O rádio tocava uma música do Oriente Médio e o jovem taxista árabe lhes lançou um sorriso acolhedor.
- Para onde? - perguntou ele quando os dois pularam para dentro do carro.
- Temos que ir para...
- Lá! - interrompeu Katherine, apontando para noroeste, na direção contrária ao Jefferson Building. - Siga até a Union Station, depois vire à esquerda na Massachusetts Avenue. A gente avisa quando for parar.
O taxista deu de ombros, fechou a divisória e tornou a pôr a música.
Katherine lançou um olhar repreensivo para Langdon como quem diz: "Não podemos deixar rastros”. Apontou pela janela, chamando a atenção de Langdon para um helicóptero preto que se aproximava dali voando baixo. Merda. Pelo jeito, Sato estava decidida a recuperar a pirâmide de Solomon.
Enquanto assistiam ao helicóptero aterrissar entre o Jefferson e o Adams Building, Katherine se virou para ele, parecendo cada vez mais aflita.
- Posso ver seu celular um segundo?
Langdon lhe passou o telefone.
- Peter comentou comigo que você tem uma memória espetacular - disse ela, abrindo a janela. - E que se lembra de todos os números que já discou na vida. É verdade?
- É verdade, mas...
Katherine arremessou o aparelho para fora do carro. Langdon se virou no banco e viu o celular dar uma cambalhota e se espatifar ao atingir o asfalto atrás deles.
- Por que você fez isso?
- Para nos tirar do radar - disse Katherine com uma expressão grave. - Essa pirâmide é nossa única esperança de encontrar meu irmão, e eu não tenho a menor intenção de deixar a CIA roubá-la de nós.
No banco da frente, Omar Amirana balançava a cabeça e cantarolava ao ritmo da música. A noite tinha sido fraca e ele se sentia abençoado por ter finalmente conseguido uma corrida. Seu táxi estava passando em frente ao Stanton Park quando a conhecida voz da atendente de sua empresa chiou no rádio:
- Aqui é a central. Atenção todos os carros nas imediações do National Mall. Acabamos de receber um boletim de autoridades do governo sobre dois fugitivos na área do Adams Building...
Omar escutou, atônito, enquanto a central descrevia justamente o casal sentado no seu táxi. Ele lançou um olhar nervoso pelo retrovisor. O passageiro alto não lhe era estranho. Será que eu já vi esse cara naquele programa de TV sobre os bandidos mais procurados do pais?
Discretamente, Omar estendeu a mão para apanhar o rádio.
- Central? - disse ele, falando baixinho no aparelho. - Aqui é o carro 134. Essas duas pessoas que vocês acabaram de descrever... estou com elas no meu táxi... agora.
A central imediatamente informou a Omar o que fazer. As mãos do taxista tremiam ao discar o número que lhe deram. A voz que atendeu era precisa e eficiente, como a de um soldado.
- Aqui é o agente Turner Simkins, do comando de operações da CIA. Quem fala?
- Hã ... O taxista - respondeu Omar. - Me disseram para ligar sobre...
- Os fugitivos estão dentro do seu veículo agora? Responda apenas sim ou não.
- Sim. - Eles estão ouvindo esta conversa? Sim ou não?
- Não. A divisória está...
- Para onde o senhor está levando os dois?
- Estamos na Massachusetts, direção noroeste.
- O destino exato?
- Eles não falaram.
O agente hesitou.
- Um dos passageiros está carregando uma bolsa de couro?
Omar olhou pelo retrovisor, e seus olhos se arregalaram.
- Sim! Essa bolsa não está cheia de explosivos nem nada do...
- Ouça com atenção - disse o agente. - Contanto que siga exatamente as minhas instruções, o senhor não correrá perigo. Está claro?
- Sim, senhor.
- Qual é o seu nome?
- Omar - respondeu o taxista, começando a suar.
- Omar, escute - falou o homem com calma. - Você está indo bem. Quero que dirija o mais lentamente possível enquanto eu mando minha equipe para aí. Entendido?
- Sim, senhor.
- Mais uma coisa: seu táxi tem um sistema de interfone para você se comunicar com os passageiros no banco de trás?
- Sim, senhor.
- Ótimo. Quero que faça o seguinte...