Quando estava a menos de 20 metros de distância, Simkins gritou novamente para Bellamy parar, mas ele seguiu correndo.
- Derrubem-no! - ordenou.
O agente que portava a arma não letal da equipe ergueu-a e disparou. O projétil que zuniu pelo corredor e envolveu as pernas de Bellamy tinha o inocente apelido de Silly String, pois se assemelhava aos sprays de serpentina, só que de inocente não tinha nada. Tecnologia militar desenvolvida no Laboratório Nacional Sandia, aquele "incapacitante" não letal era um fio de poliuretano pegajoso que se tornava duro como pedra ao entrar em contato com outro objeto, criando uma teia de plástico rígida na parte de trás dos joelhos dos fugitivos. O efeito sobre um alvo que estivesse correndo era o mesmo que enfiar um pedaço de pau entre os raios da roda de uma bicicleta. As pernas de Bellamy se imobilizaram no meio de um passo e ele caiu para a frente, desabando no chão. Ainda deslizou mais três metros pelo corredor escuro antes de parar, fazendo com que as luzes acima se acendessem sem cerimônia.
- Eu cuido de Bellamy - gritou Simkins. - Vocês continuam atrás de Langdon! Ele deve estar mais adiante... - O líder da equipe se calou, percebendo que as estantes diante de Bellamy estavam todas mergulhadas em um breu total. Era óbvio que não havia mais ninguém correndo na frente dele. Ele está sozinho?
Bellamy continuava deitado de bruços, respirando pesado, com as pernas e os tornozelos imobilizados pelo plástico duro. O agente chegou perto dele e usou o pé para virá-lo de barriga para cima.
- Onde ele está?! - perguntou o agente.
A boca de Bellamy sangrava por causa da queda.
- Onde está quem?
O agente Simkins levantou o pé e pisou com a bota bem em cima da imaculada gravata de seda de Bellamy. Então inclinou o corpo para baixo, fazendo um pouco de pressão.
- Pode acreditar em mim, Sr. Bellamy, o senhor não vai querer fazer esse joguinho comigo.