Enquanto Langdon tentava processar o que Katherine acabara de dizer, lembrou-se inesperadamente do Evangelho gnóstico segundo Maria: Onde a mente está, lá está o tesouro.
— Talvez você tenha ouvido falar — disse Katherine, baixando o tom de voz — nos exames de ressonância magnética feitos em iogues meditando. Quando em estado avançado de concentração, o cérebro humano produz, por meio da glândula pineal, uma substância parecida com cera. Essa secreção cerebral não se parece com nenhuma outra substância do corpo. Ela tem um efeito incrivelmente curativo, é capaz de regenerar células e talvez seja um dos motivos por trás da longevidade dos iogues. Isso é ciência, Robert. Essa substância tem propriedades inconcebíveis e só
pode ser criada por uma mente em estado de profunda concentração.
— Eu me lembro de ter lido sobre isso alguns anos atrás.
— E, falando nisso, você conhece o relato da Bíblia sobre o “maná dos céus”?
Langdon não via ligação alguma entre os dois assuntos.
— Está se referindo à substância mágica que caiu do céu para alimentar os famintos?
— Exatamente. Dizia-se que essa substância curava os doentes, dava a vida eterna e, estranhamente, não produzia dejetos depois de consumida. — Katherine fez uma pausa, como se estivesse esperando que ele entendesse. — Robert — insistiu ela —, um alimento que caiu do céu? — Ela cutucou a própria têmpora. — Que cura o corpo por magia? Que não gera dejetos? Ainda não entendeu? São palavras em código, Robert! Templo é um código para “corpo”: Céu é um código para “mente” A Escada de Jacó é a sua coluna vertebral. E o maná é essa rara secreção produzida pelo cérebro. Quando você vir essas palavras cifradas nas Escrituras, preste atenção. Elas muitas vezes são sinais de um significado mais profundo escondido sob a superfície.
Katherine passou a falar rápido, explicando como a mesma substância mágica aparecia em todos os Antigos Mistérios: néctar dos deuses, elixir da vida, fonte da juventude, pedra filosofal, ambrosia, orvalho, ojas, soma. Depois começou a dar uma longa explicação sobre como a glândula pineal representava o olho de Deus que tudo vê.
— Segundo Mateus 6:22 — disse ela com animação —, “Quando o teu olho for bom, todo o teu corpo terá luz”: Esse conceito também é representado pelo chacra ajna e pelo pontinho na testa dos hindus que...