Langdon começou a esmurrar a tampa e a gritar.
— Eu entendi! Eu entendi!
Acima dele, a pirâmide de pedra foi erguida, sumindo de vista. Em seu lugar, o rosto tatuado tornou a aparecer, seu semblante assustador emoldurado pela janelinha.
— Eu decifrei a pirâmide! — gritou Langdon. — Me deixe sair daqui!
Quando o homem tatuado falou, Langdon não escutou nada. Seus olhos, no entanto, viram os lábios articularem duas palavras.
— Me diga.
— Vou dizer! — gritou Langdon, com água quase até os olhos. — Me deixe sair daqui! Vou explicar tudo!
É tão simples, pensou.
Os lábios do homem tornaram a se mover.
— Me diga agora... ou morra.
Com a água cobrindo o último centímetro do tanque, Langdon inclinou a cabeça para trás de modo a manter a boca à tona. Quando fez isso, o líquido morno encheu seus olhos, embaçando-lhe a visão. Arqueando as costas, ele pressionou a boca contra a janelinha de vidro.
Então, com os últimos segundos de ar que lhe restavam, Robert Langdon revelou o segredo de como decifrar a Pirâmide Maçônica.
Quando terminou de falar, o líquido subiu mais um pouco, cercando seus lábios. Por instinto, Langdon inspirou uma última vez e fechou a boca com força. Logo em seguida, a água o cobriu por inteiro, chegando ao alto de sua tumba e se espalhando por baixo do vidro.
Ele conseguiu, percebeu Mal’akh. Langdon descobriu como solucionar a pirâmide. A resposta era tão simples. Óbvia demais.
Debaixo da janelinha, o rosto submerso de Robert Langdon o encarava com um olhar desesperado e suplicante.
Mal’akh sacudiu a cabeça para ele e articulou lentamente as palavras:
— Obrigado, professor. Aproveite a vida após a morte.