CAPÍTULO 90
E bem na hora.
Os ponteiros brilhantes do seu relógio de Mickey Mouse indicavam que restavam menos de 10 minutos.
— Dê o telefonema — falou Katherine, apontando para o aparelho na parede da cozinha. — Agora!
A chegada súbita daquele momento deixou Langdon alarmado, e ele se pegou hesitando.
— Nós temos certeza disso?
— Eu tenho, absoluta.
— Não vou dizer nada para ele até sabermos que Peter está seguro.
— É claro que não. Você se lembra do número dele, não é?
Langdon assentiu e se encaminhou para o telefone da cozinha. Ergueu o fone e discou o número do celular do homem. Katherine se aproximou e pôs a cabeça junto à dele para poder ouvir.
Quando o telefone do outro lado começou a tocar, Langdon se preparou para o sussurro sinistro do homem que o havia enganado.
Por fim, a ligação foi completada.
No entanto, ninguém disse “alô”. Não se ouviu voz alguma. Apenas o ruído de uma respiração do outro lado.
Depois de esperar um pouco, Langdon falou:
— Tenho a informação que você quer, mas só vou revelá-la se nos devolver Peter.
— Quem está falando? — respondeu uma voz de mulher.
Langdon levou um susto.
— Robert Langdon — respondeu ele por reflexo. — E a senhora, quem é? — Por um instante, ele achou que poderia ter discado o número errado.
— Seu nome é Langdon? — A mulher soava surpresa. — Alguém aqui perguntou pelo senhor.
O quê?
— Desculpe, mas quem está falando?
— Agente Paige Montgomery, da Preferred Security. — Ela parecia nervosa. — Talvez o senhor possa nos ajudar. Há mais ou menos uma hora, minha colega atendeu a um chamado de emergência em Kalorama Heights... uma possível situação com reféns. Eu perdi o contato com ela, então chamei reforços e vim verificar o imóvel. Encontramos minha colega morta no quintal dos fundos. O proprietário não estava, então arrombamos a casa. Havia um celular tocando na mesa do hall e eu...
— A senhora está dentro da casa? — perguntou Langdon.
— Estou... e a denúncia feita ao disque-emergência... procedia — gaguejou a mulher. — Desculpe se estou parecendo abalada, mas minha colega está morta, e encontramos um homem mantido aqui à força. O estado dele é grave, e estamos prestando os primeiros socorros. Ele perguntou por duas pessoas: uma chamada Langdon e outra, Katherine.
— É o meu irmão! — exclamou Katherine, colando sua cabeça à de Langdon. — Fui eu que liguei para a emergência! Ele está bem?
— Na verdade, senhora, ele está... — A voz da mulher falhou. — O estado dele é grave. Ele teve a mão direita cortada...
— Por favor — pediu Katherine —, quero falar com ele.
— Ele está sob cuidados agora. Não está conseguindo se manter consciente. Se estiver por perto, é melhor vir até aqui. Seu irmão quer vê-la.
— Nós estamos a uns seis minutos daí! — disse Katherine.
— Então sugiro que se apressem. — Houve um ruído abafado ao fundo e logo em seguida a mulher voltou a falar. — Desculpe, parece que estão precisando de mim. Conversamos quando chegarem.
A ligação foi cortada.
:in�`iehO~ �y text-indent:30.0pt;mso-layout-grid-align:none;text-autospace:none'>— Isso! Isaac Newton inventou todo um sistema para quantificar a temperatura inteiramente baseado em fenômenos naturais. A temperatura de fusão do gelo foi o ponto inicial de Newton, que a batizou de “grau zero”. — Ela fez uma pausa. — Imagino que você consiga adivinhar que grau ele atribuiu à temperatura de ebulição da água, o rei de todos os processos alquímicos.
— Trinta e três.
— Sim, 33! O grau 33. Na escala de Newton, a temperatura de fervura da água é 33 graus. Lembro que um dia perguntei ao meu irmão por que Newton tinha escolhido esse número. Afinal de contas, parecia aleatório demais. A fervura da água é o mais fundamental dos processos alquímicos, e ele escolhe 33?