Langdon continuou petrificado.
- Robert - instou Bellamy -, se você não quiser fazer isso por mim, faça por Peter.
As vozes lá em cima pareciam mais próximas.
Como em um sonho, Langdon se encaminhou para a esteira. Depositou ali a bolsa de viagem e em seguida subiu, deitando a cabeça aos pés de Katherine. A esteira de borracha dura estava fria contra suas costas. Ele olhou fixamente para o teto e teve a sensação de estar no hospital, se preparando para entrar de cabeça dentro de um aparelho de ressonância magnética.
- Deixe o telefone ligado - Bellamy disse a Langdon. - Uma pessoa vai ligar em breve... e oferecer ajuda. Confie nela.
Uma pessoa vai ligar? Langdon sabia que Bellamy vinha tentando falar com alguém sem conseguir e que mais cedo havia deixado um recado. E, pouco antes, enquanto desciam correndo a escada em caracol, ele tinha feito uma última tentativa e conseguido completar a ligação, sussurrando algumas palavras e depois desligando.
- Sigam a esteira até o final - disse Bellamy. - E pulem depressa antes que ela dê a volta completa e retorne para cá. Usem meu cartão de acesso para sair.
- Mas onde nós vamos sair? - quis saber Langdon.
Bellamy, no entanto, já estava acionando as alavancas. Todas as esteiras da sala ganharam vida com um zumbido. Com um tranco, Langdon sentiu que estava entrando em movimento e o teto começou a desfilar sobre sua cabeça.
Que Deus me ajude.
Enquanto se aproximava da abertura na parede, Langdon viu Warren Bellamy atravessar correndo a porta que conduzia às estantes, fechando-a atrás de si. Segundos depois, o professor penetrou na escuridão, engolido pela biblioteca... no exato momento em que um pontinho brilhante e vermelho de laser surgiu dançando escada abaixo.