Katherine estava correndo de novo, desta vez sem se importar com o barulho que sua mão fazia ao bater ritmadamente nas traves de metal espaçadas regularmente pelas paredes do Galpão 5. Corra! Se continuasse seguindo a parede e desse a volta inteira no galpão, sabia que mais cedo ou mais tarde encontraria a porta de saída.
Onde está a droga do vigia?
O espaçamento regular das traves continuava à medida que ela tocava a parede lateral com a mão esquerda, mantendo a direita esticada na frente do corpo para se proteger. Quando é que vou chegar à quina? A parede lateral parecia não ter fim, mas de repente a seqüência de traves foi interrompida. Sua mão esquerda não tocou em nada por vários passos compridos, e então as traves voltaram a aparecer. Katherine freou e deu meia-volta, tateando o painel de metal liso. Por que não há nenhuma trave aqui?
Agora ela conseguia ouvir seu agressor perseguindo-a ruidosamente, deslizando as mãos pela parede enquanto avançava na sua direção. No entanto, foi outro som que deixou Katherine ainda mais assustada - as batidas ritmadas de um vigia esmurrando a porta do Galpão 5 com sua lanterna, ao longe.
O vigia não está conseguindo entrar?
Embora esse pensamento fosse aterrorizante, a localização do barulho - à direita de onde ela estava, no sentido diagonal - fez com que Katherine se orientasse na mesma hora, conseguindo visualizar em que parte do Galpão 5 estava. O lampejo visual trouxe consigo uma compreensão inesperada. Finalmente sabia o que era aquele painel liso na parede.
Todos os galpões eram equipados com um acesso para espécimes - uma gigantesca parede deslizante que podia ser deslocada de modo a permitir a entrada e saída de espécimes de grande porte. Essa porta era descomunal, como as de um hangar de aeronaves, e Katherine jamais imaginara, nem em seus sonhos mais delirantes, que um dia fosse precisar abri-la. Naquele instante, porém, ela parecia ser sua única chance.
Mas será que esta porta funciona?
Tateando às cegas, Katherine encontrou a grande maçaneta metálica da porta. Segurando-a, jogou o peso do corpo para trás, tentando fazer a porta deslizar. Nada. Tentou outra vez. Ela não saiu do lugar.
Katherine conseguia ouvir seu agressor se aproximando mais depressa, atraído pelo barulho de suas tentativas. O acesso está trancado! Enlouquecida de pânico, ela deslizou as mãos por toda a porta em busca de alguma alça ou alavanca. De repente, esbarrou com o que parecia uma haste vertical. Seguiu aquilo até o chão, agachando-se, e pôde sentir que a haste estava inserida em um buraco no cimento. Uma trava de segurança! Ela se levantou, segurou a haste e, usando a pernas para tomar impulso, a deslizou para cima, tirando-a do buraco.
Ele está quase chegando!