Langdon abriu a boca para protestar, mas Sato já estava se virando para Anderson, que continuava junto à porta.
- Chefe - disse ela -, ponha a pirâmide de pedra na bolsa do professor Langdon e leve-a com o senhor. Eu cuido de prendê-lo. Me dê sua arma, por favor. Anderson tinha o semblante duro feito pedra quando entrou na sala, destravando o coldre do ombro no caminho. Entregou a arma a Sato, que imediatamente a apontou para o professor.
Langdon assistia a tudo aquilo como em um sonho. Isto não pode estar acontecendo.
O chefe então se aproximou dele e retirou a bolsa de seu ombro, levando-a até a mesa e apoiando-a na cadeira. Puxou o zíper para abri-la e, em seguida, apanhou a pesada pirâmide de pedra de cima da mesa e guardou-a lá dentro, junto com as anotações de Langdon e o pequeno embrulho.
De repente, o barulho de algo se movendo ecoou no corredor. O vulto de um homem se materializou na soleira da porta, precipitando-se para dentro da sala e se aproximando depressa por trás de Anderson. O chefe nem percebeu o que estava acontecendo. Em um segundo, o desconhecido já havia golpeado suas costas. Anderson foi jogado para a frente e sua cabeça se chocou contra a borda do nicho de pedra. Ele se estatelou sobre a mesa, mandando ossos e artefatos pelos ares. A ampulheta se estilhaçou no chão. A vela caiu, ainda acesa.
Sato se virou em meio à confusão, erguendo a pistola, mas o intruso agarrou um fêmur e o usou como arma, atingindo o ombro da diretora. Sato soltou um grito de dor e caiu para trás, largando a pistola. O recém-chegado chutou a arma para longe e então se voltou para Langdon. Era um homem alto e esguio, um negro elegante que Langdon nunca tinha visto.
- Pegue a pirâmide! - ordenou ele. - Venha comigo!