Trish não sabia o que a deixava mais desconfortável: ajudar Katherine Solomon a contratar um hacker... ou ligar para um cara que provavelmente ainda achava inacreditável que uma analista de metassistemas ruiva, baixinha e gorducha pudesse resistir a suas investidas românticas.
- Tem certeza disso?
- Pode usar o telefone da biblioteca - disse Katherine. - O número é protegido. E não diga meu nome, claro.
- Está bem. - Trish se encaminhou para a porta, mas parou ao ouvir o toque do iPhone de Katherine. Com sorte, a mensagem de texto que havia acabado de chegar continha alguma informação capaz de livrá-la daquela tarefa desagradável. Ela esperou Katherine retirar o iPhone do bolso do jaleco e olhar para a tela.
Katherine sentiu uma onda de alívio ao ver o nome escrito em seu iPhone.
Finalmente.
PETER SOLOMON
- É um torpedo do meu irmão - disse ela, relanceando os olhos para Trish.
O rosto de Trish se encheu de esperança.
- Então talvez devêssemos perguntar a ele sobre essa história toda... antes de ligar para um hacker?
Katherine olhou para o documento editado no telão de plasma e ouviu a voz do Dr. Abaddon. Aquilo que seu irmão acredita que está escondido na capital... pode ser encontrado. Ela não sabia mais no que acreditar, e aquele documento continha informações sobre as idéias estapafúrdias que aparentemente haviam se tornado uma obsessão para Peter.
Katherine fez que não com a cabeça.
- Eu quero saber quem escreveu isso e onde o arquivo está armazenado. Pode ligar.
Meio desanimada, Trish encaminhou-se para a porta.