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Nós ESTAMOS em mar aberto, pensou Rachel, lembrando-se
do oceano abaixo deles. Por um curto segundo a chama mais
distante chamou sua atencao. Ela havia desaparecido, como
se a luz tivesse sido tapada por uma forma passando na
frente dela, mas reapareceu logo em seguida.
Rachel ficou preocupada.
- Norah - bradou sobre o ruído do vento -, você disse que
havia ursos polares aqui?
A glaciologista estava preparando o último sinalizador e nao
ouviu o que Rachel disse ou preferiu ignorá-la.
- Os ursos polares - gritou Tolland - se alimentam de focas.
Só atacam humanos quando invadimos seu espaco.
- Mas estamos na terra dos ursos polares, nao estamos? -
Rachel nunca conseguia se lembrar em qual pólo havia ursos
e em qual havia pingüins.
- Estamos. O ártico se chama assim por causa dos ursos:
Arktos é "urso" em grego - Tolland respondeu.
Que óptimo! Rachel olhou nervosamente para a escuridao em
torno dela.
- A Antártica nao tem ursos polares - prosseguiu Tolland. -
Entao é chamada de Anti-arktos.
- Obrigada, Mike - gritou Rachel. - Chega dessa conversa
sobre ursos.
Ele riu.
- Tudo bem. Desculpe.
Norah enfiou um último sinalizador na neve. Mais uma vez os
quatro se viram engolfados em um brilho avermelhado,
parecendo baloes inflados dentro de seus trajes pretos de
proteccao. Além do círculo de luz projectado pelo sinalizador,
o resto do mundo se tornou completamente invisível, um
manto de escuridao que os envolvia.
Rachel e os outros observaram enquanto Norah plantou os
pés no gelo e puxou com cuidado o trenó para traze-lo até
onde eles estavam, alguns metros acima. Entao, mantendo a
corda tensionada, ajoelhou-se e activou manualmente as
garras que serviam de freio para o trenó: quatro pontas
curvas que penetravam no gelo para imobilizá-lo. Feito isso,
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