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CAPíTULO 48
Rachel sentiu um arrepio de medo enquanto descia a
plataforma de gelo em direccao à noite que se adensava.
Imagens inquietantes percorriam sua mente - o meteorito, o
poco de extraccao, o plancton fosforescente.
Quais seriam as implicacoes se Norah tivesse cometido um
erro na análise das amostras de gelo?
Uma matriz sólida de água doce, insistira a glaciologista,
argumentando que tinha perfurado e retirado amostras em
volta de toda a área do poco, assim como da camada que
ficava directamente acima do meteorito. Se a geleira
contivesse interstícios de água salgada cheios de plancton,
ela os teria visto. Teria mesmo? De qualquer forma, a intuicao
de Rachel continuava retornando para a solucao mais
simples.
Há plancton congelado nesta geleira.
Dez minutos e quatro sinalizadores mais tarde, Rachel e os
outros estavam a uns 250 metros da habisfera. Sem nenhum
aviso, Norah parou subitamente.
- é aqui - disse ela, como se fosse uma daquelas pessoas
supostamente mágicas que dizem "sentir" o local ideal para
cavar um poco.
Rachel virou-se e olhou para a subida atrás deles. A habisfera
já havia desaparecido há muito na noite fracamente iluminada
pela Lua pálida, mas a linha de sinalizadores podia ser vista
claramente, o mais distante deles piscando de forma
tranquilizadora, como uma estrela longínqua. Os sinalizadores
estavam em uma linha perfeitamente recta, como uma pista
de pouso cuidadosamente calculada. Rachel estava
impressionada com a habilidade de Norah.
- Esse foi outro motivo para usarmos o trenó - ela explicou
quando notou que Rachel estava observando os
sinalizadores. - As laminas sao paralelas. Se deixarmos a
gravidade conduzi-lo sem interferirmos, temos a garantia de
que estamos andando em linha recta.
- Um bom truque - gritou Tolland. - Eu queria que tivéssemos
algo assim em mar aberto.
Dan_Brown_-_A_conspirao 213