Langdon analisou a grade de símbolos.
— Mas, Peter... mesmo que você esteja certo, o sul deste prédio poderia ser qualquer lugar em uma reta de quase 40 mil quilômetros.
— Não, Robert. Você está ignorando a lenda, que afirma que a Palavra Perdida está escondida em Washington. Isso delimita substancialmente a área de que estamos falando. Além do mais, a lenda também afirma que a entrada da escadaria está sob uma grande pedra... que, por sua vez, tem uma mensagem gravada em língua antiga... como uma espécie de sinal para quem for merecedor poder encontrá-la.
Langdon estava achando difícil levar aquilo a sério e, embora não conhecesse Washington bem o suficiente para saber o que ficava ao sul do ponto em que estavam, tinha certeza quase absoluta de que não existia ali nenhuma grande pedra gravada sobre uma escadaria subterrânea.
— A mensagem gravada na pedra — falou Peter — está bem aqui, diante dos seus olhos. — Ele indicou a terceira fileira da grade. — Esta é a inscrição, Robert! Você solucionou o quebra-cabeça!
Estupefato, Langdon analisou os sete símbolos.
Solucionei? Langdon não fazia a menor idéia do que aqueles sete símbolos díspares poderiam significar e tinha absoluta certeza de que eles não estavam gravados em nenhum lugar da capital norte-americana... sobretudo não em uma pedra gigante sobre uma escadaria.
— Peter — disse ele —, não entendo o que isso esclarece. Não conheço nenhuma pedra aqui em Washington gravada com essa... mensagem.
Solomon deu-lhe um tapinha no ombro.
— Você passou por ela e nunca a viu. Nós todos passamos. Ela está bem na nossa frente, assim como os próprios mistérios. E, hoje à noite, quando eu vi esses sete símbolos, percebi na mesma hora que a lenda era verdade. A Palavra Perdida está enterrada em Washington... e ela está ao pé de uma longa escadaria debaixo de uma imensa pedra gravada.
Atônito, Langdon continuou em silêncio.
— Robert, hoje à noite você conquistou o direito de saber a verdade.
Langdon ficou encarando Peter, tentando processar o que havia acabado de ouvir.
— Você vai me dizer onde a Palavra Perdida está enterrada?
— Não — respondeu Solomon, levantando-se com um sorriso. — Vou lhe mostrar.
Cinco minutos depois, Langdon estava prendendo o cinto de segurança no banco de trás de um Escalade, ao lado de Peter Solomon. Simkins assumiu o volante na mesma hora em que Sato se aproximou pelo estacionamento.
— Sr. Solomon? — falou a diretora, acendendo um cigarro ao chegar. — Acabei de dar o telefonema que o senhor solicitou.
— E? — perguntou Peter pela janela aberta do carro.
— Dei ordem para que eles o deixem entrar. Mas não por muito tempo.
— Obrigado.
Sato o analisou com ar curioso.
— Devo dizer que é um pedido bem incomum.
Solomon deu de ombros, enigmático.
Sato desistiu do assunto, deu a volta até a janela de Langdon e bateu no vidro com o nó dos dedos.