Langdon se sentou à mesa e analisou a caixa em formato de cubo sob a claridade. Katherine pousou a mão em seu ombro, aproximando-se para apontar o texto diminuto que havia encontrado na parte externa da caixa, junto a um dos cantos inferiores.
- 1514 A.D. - disse ela, apontando para a caixa.
De fato, a inscrição exibia o número 1514 seguido por uma grafia pouco usual das letras A e D, de Anno Domini:
- Quem sabe essa data é a peça que está faltando? - disse Katherine, repentinamente esperançosa. - Esse cubo se parece muito com uma pedra angular maçônica, então talvez ele esteja indicando uma pedra angular de verdade, não? Ou algum prédio construído em 1514 A.D.?
Langdon mal escutava o que ela dizia.
Mil quinhentos e catorze A.D. não é uma data.
O símbolo , como qualquer estudioso de arte medieval seria capaz de identificar, era uma conhecida "simbatura" - um símbolo usado em lugar de uma assinatura. Muitos dos filósofos, artistas e escritores do passado assinavam suas obras não com o nome, mas com um símbolo pessoal ou monograma próprio. Esse costume acrescentava um viés misterioso a seu trabalho e também os protegia da perseguição caso seus escritos ou obras de arte fossem considerados contrários ao sistema.
Naquele caso, as letras A e D não significavam Anno Domini, e sim outra coisa completamente diferente... em alemão.
No mesmo instante, Langdon viu todas as peças se encaixarem. Em segundos, teve certeza de que sabia exatamente como decifrar a pirâmide.
- Katherine, você matou a charada - disse ele, juntando suas coisas. - Era só disso que precisávamos. Vamos. No caminho eu explico.
Katherine parecia atônita.
- A data 1514 A.D. significa alguma coisa para você?
Langdon piscou para ela e encaminhou-se para a porta.
- A.D. não é uma data, Katherine. É uma pessoa.