Nuñez achou que ia vomitar. Decidindo-se, gesticulou discretamente para o chefe Anderson.
- Chefe, posso dar uma palavrinha com o senhor?
- O que foi? - Anderson seguiu Nuñez até o corredor.
- Chefe, cometi um erro muito grave - disse o segurança, começando a suar. - Eu sinto muito e estou pedindo demissão. - O senhor vai mesmo me mandar embora daqui a poucos minutos.
- Como é que é?
Nuñez engoliu em seco.
- Mais cedo, eu vi Langdon e o Arquiteto Bellamy saírem do prédio pelo centro de visitantes.
- O quê? - berrou Anderson. - Por que você não disse nada?
- O Arquiteto me mandou ficar quieto.
- Você trabalha para mim, porra! - A voz de Anderson ecoou pelo corredor. - Bellamy esmagou minha cabeça contra uma parede, cacete!
Nuñez entregou a Anderson a chave que Bellamy lhe dera.
- O que é isso? - quis saber Anderson.
- Uma chave do túnel novo debaixo da Independence Avenue. Estava com o Arquiteto Bellamy. Foi assim que eles fugiram.
Anderson ficou olhando para a chave, incapaz de falar.
Sato esticou a cabeça para dentro do corredor com um olhar atento.
- O que está acontecendo aqui?
Nuñez se sentiu empalidecer. Anderson ainda estava segurando a chave, que Sato obviamente tinha visto. Enquanto a mulherzinha horrenda se aproximava, Nuñez improvisou da melhor forma que pôde, na esperança de proteger seu chefe.
- Encontrei uma chave no chão do segundo subsolo. Estava perguntando ao chefe Anderson se ele sabia de onde era.
Sato chegou perto e olhou para a chave.
- E o chefe sabe?
Nuñez ergueu os olhos para Anderson, que obviamente estava pesando cada alternativa antes de falar. Por fim, o chefe fez que não com a cabeça.
- Assim no olhômetro, não. Tenho que verificar o...
- Não precisa - disse Sato. - Essa chave abre um túnel que sai do centro de visitantes.
- É mesmo? - disse Anderson. - Como é que a senhora sabe?
- Nós acabamos de encontrar a gravação. O nosso agente Nuñez aqui ajudou Langdon e Bellamy a fugir e depois tornou a trancar a porta do túnel atrás deles. Foi Bellamy quem entregou essa chave para Nuñez.
Anderson se virou para Nuñez com uma expressão irada.
- É verdade?
Nuñez aquiesceu vigorosamente, seguindo com o joguinho de Anderson.
- Sinto muito, senhor. O Arquiteto me disse para não contar a ninguém!
- Estou pouco me lixando para o que o Arquiteto disse! - gritou Anderson. - Espero que...
- Cale essa boca, Trent - disparou Sato. - Nenhum de vocês dois sabe mentir. Guardem a encenação para o interrogatório da CIA. - Ela arrancou a chave do túnel da mão de Anderson. Seu trabalho aqui acabou.