CAPÍTULO 41
Robert Langdon estudou a pirâmide de pedra. Não é possível.
- Uma língua antiga cifrada? - indagou Sato sem erguer os olhos. - Me diga, isto aqui corresponde à descrição?
Na lateral recém-exposta da pirâmide, uma série de 16 caracteres estava gravada com precisão na pedra lisa.
Anderson estava parado ao lado de Langdon, sua boca escancarada como que refletindo o espanto do outro homem. O chefe da segurança parecia ter se deparado com algum tipo de teclado alienígena.
- Professor? - indagou Sato. - Imagino que o senhor consiga ler isso, certo?
Langdon se virou para ela.
- O que faz a senhora pensar assim?
- O fato de o senhor ter sido trazido até aqui, professor. O senhor foi escolhido. Essa inscrição parece algum tipo de código e, levando em conta a sua. reputação, parece-me óbvio que foi trazido até aqui para decifrá-lo.
Langdon teve de admitir que, depois de suas experiências em Roma e Paris, havia recebido vários pedidos de ajuda para quebrar alguns dos grandes códigos não decifrados da história - o Disco de Festos, o Código Dorabella, o misterioso Manuscrito de Voynich.
Sato correu o dedo por cima da inscrição.
- Pode me dizer o significado destes ícones?
Não são ícones, pensou Langdon. São símbolos. Ele havia reconhecido aquele código na mesma hora: uma linguagem cifrada do século XVII. Langdon sabia muito bem como quebrá-lo.
- Minha senhora - disse ele, hesitando -, esta pirâmide é propriedade particular de Peter.
- Particular ou não, se este código for de fato a razão pela qual o senhor foi trazido até Washington, o senhor não terá escolha. Terá que me dizer o que está escrito.
O BlackBerry de Sato emitiu um bipe alto e ela arrancou o aparelho do bolso, estudando durante vários segundos a mensagem que acabara de chegar. Langdon estava impressionado que a rede sem fio do Capitólio pudesse ser captada ali embaixo.
Sato grunhiu e arqueou as sobrancelhas, lançando um olhar estranho para Langdon.
- Chefe Anderson? - disse ela, virando-se para ele. - Uma palavrinha em particular, pode ser? - A diretora fez sinal para Anderson acompanhá-la e os dois desapareceram no corredor totalmente escuro, deixando Langdon sozinho à luz tremeluzente da vela na Câmara de Reflexões de Peter.
O chefe Anderson se perguntava quando aquela noite iria terminar. A mão cortada de um homem na minha Rotunda? Um santuário da morte no meu subsolo? Inscrições bizarras em uma pirâmide de pedra? De alguma forma, o jogo dos Redskins já não parecia ter a menor importância.
Enquanto seguia Sato rumo à escuridão do corredor, Anderson acendeu a lanterna. O facho estava fraco, mas era melhor do que nada. A diretora o conduziu alguns metros pelo corredor, onde Langdon não pudesse vê-los.
- Dê uma olhada nisto aqui - sussurrou ela, passando o BlackBerry para Anderson.