Anderson murchou diante do olhar dela, mas sua voz permaneceu firme.
- Senhora, a situação aqui está sob controle.
- Duvido muito que isso seja verdade - disse Sato com a voz igualmente firme.
- Uma equipe de criminalística está a caminho. Quem fez isso pode ter deixado impressões digitais.
Sato fez cara de cética.
- Acho que uma pessoa esperta o suficiente para passar pelo seu controle de segurança com a mão cortada de alguém provavelmente é esperta o suficiente para não deixar impressões digitais.
- Pode ser, mas tenho a responsabilidade de investigar.
- Na verdade, você está dispensado dessa responsabilidade a partir de agora. Eu estou assumindo o caso.
Anderson se retesou.
- Isto aqui não é exatamente da competência do ES, é?
- Sem dúvida que sim. Esta é uma questão de segurança nacional.
A mão de Peter?, perguntou-se Langdon, que assistia à conversa atônito. Segurança nacional. Ele sentia que seu objetivo de encontrar Peter o mais rápido possível não era compartilhado por Sato. A diretora do ES parecia estar com uma idéia totalmente diferente na cabeça.
Anderson também parecia intrigado.
- Segurança nacional? Com todo o respeito, senhora...
- Até onde eu sei - interrompeu ela -, o meu cargo é superior ao seu. Sugiro que faça exatamente o que eu disser, sem questionar nada.
O chefe de polícia aquiesceu e engoliu em seco.
- Mas não deveríamos pelo menos tirar as digitais dos dedos para confirmar que a mão pertence a Peter Solomon?
- Eu confirmo - disse Langdon, sentindo uma certeza nauseante. - Reconheço o anel... e a mão dele. - Ele fez uma pausa. - Mas as tatuagens são novas. Alguém fez isso com ele recentemente.
- Como disse? - Pela primeira vez desde sua chegada, a diretora pareceu perturbada. - A mão está tatuada?
Langdon assentiu. - O polegar tem uma coroa. E o indicador, uma estrela.
Sato sacou seus óculos e caminhou até a mão, rodeando-a feito um tubarão.
- Além disso - disse Langdon -, embora não dê para ver os outros três dedos, tenho certeza de que eles também vão estar com as pontas tatuadas.
Sato pareceu intrigada com a observação e gesticulou para Anderson se aproximar.
- Chefe, pode dar uma olhada nos outros dedos para nós, por favor?
Anderson se agachou ao lado da mão, tomando cuidado para não tocar nela. Aproximou a bochecha do chão e examinou a parte de baixo dos dedos fechados.
- Ele tem razão, diretora. Todos os dedos estão tatuados, mas não estou conseguindo ver muito bem o que os outros...
- Um sol, uma lamparina e uma chave - disse Langdon em tom neutro.