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horizontal naquele momento, como a cadeira de um dentista.
Apoiada em suas costas, ela dobrou os joelhos, puxou as
pernas para perto do corpo o máximo que pode, apontou seus
pés para cima e soltou-os numa explosao. Com um grito
selvagem de desespero e forca, enfiou os pés no centro do
domo de plexiglas. Pontadas de dor aguda se espalharam por
suas pernas.
Seus ouvidos estalaram e ela sentiu a pressao se equilibrar
de repente. A vedacao no lado esquerdo do domo se rompeu,
deslocando a janela parcialmente, abrindo-a para o lado como
uma porta.
Uma torrente de água invadiu o submarino, empurrando
Rachel de volta à sua cadeira. O oceano rugia em torno dela,
pegando-a pelas costas e levantando-a da cadeira, virando-a
de cabeca para baixo como uma meia numa máquina de
lavar. Ela tacteou desesperadamente à procura de algo em
que se segurar, mas estava girando sem controle. Seu corpo
foi precipitado para cima na cabine e ela se sentiu
imobilizada. Um jacto de bolhas irrompeu em torno dela,
fazendo-a girar, puxando-a para a esquerda e mais uma vez
para cima. Uma aba de acrílico duro se chocou contra a sua
bacia.
Subitamente ela estava livre.
Girando e revirando na infinita escuridao da água quente,
Rachel estava quase sem ar. Vá para a superfície! Ela abriu
os olhos, procurando alguma luz, mas nao havia nenhuma. O
mundo parecia igual em todas as direccoes. Escuridao.
Nenhuma gravidade. Impossível saber o que era "para cima"
ou "para baixo".
Naquele momento de panico, ela percebeu que nao sabia em
que direccao nadar.
Mais de 1.500 metros abaixo, o helicóptero Kiowa continuava
seu mergulho em direccao ao fundo, esmagado pela pressao
que crescia sem parar. Os 15 mísseis AGM-1148 Hellfire que
ainda estavam a bordo, altamente explosivos, deformavam-
se, seus tubos de cobre e ogivas detonadas por pressao
inclinando-se perigosamente para dentro.
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