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CAPíTULO 129
Aprisionada no submercível, Rachel se sentia como se sua
cabeca estivesse sendo comprimida por um aparelho de
tortura medieva1. De pé, curvada ao lado do assento da
cabine, podia sentir as garras da morte se fechando em torno
dela. Na sua frente, o domo estava vazio. Escuro. As batidas
haviam cessado.
Tolland tinha ido embora, deixando-a para trás.
O silvo do ar pressurizado entrando na cabine fazia com que
ela se lembrasse do vento catabático ensurdecedor na geleira
Milne. O piso do submarino já tinha quase 30 centímetros de
água. Quero sair! Milhares de pensamentos e memórias
cruzavam sua mente, como uma luz estroboscópica.
Na escuridao, o Triton comecou a emborcar e Rachel perdeu
o equilíbrio, caindo por cima do assento. Seu corpo foi
projectado para a frente, batendo com forca no domo esférico.
Seu braco doeu. Ao estatelar-se contra a janela, sentiu algo
inesperado: uma reducao na pressao no interior da cabine. O
aperto nos ouvidos se reduziu sensivelmente. Além disso,
escutou uma golfada de ar sair do submarino.
Num instante entendeu o que havia acontecido. Quando caiu
de encontro ao domo, seu peso forcou o plexiglas para fora o
suficiente para que parte da pressao interna fosse liberada
por uma brecha na vedacao. Era óbvio, portanto, que o vidro
da janela estava solto! Rachel compreendeu o que Tolland
pretendia ao aumentar a pressao dentro do submarino.
Ele está tentando explodir a janela!
Acima dela, o cilindro continuava bombeando ar comprimido.
Naquele instante, sentiu a pressao aumentar novamente.
Desta vez era algo quase bem-vindo, embora a pressao
sufocante quase fizesse com que perdesse a consciência.
Ajeitando-se, Rachel empurrou o vidro para fora com toda a
sua forca.
Desta vez, nao aconteceu nada. O vidro mal se moveu.
Jogou seu peso novamente contra a janela. Nada. Examinou
o ferimento no braco, que doía. O sangue estava seco.
Preparou-se para tentar novamente, mas nao teve tempo.
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