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Quando agarrou o registro, a pintura amarela fosforescente ao
lado do tanque fez com que percebesse quao arriscada era
aquela manobra:
PERIGO: AR COMPRIMIDO - 3.000 PSI.
Três mil libras por polegada quadrada, pensou Tolland. Sua
esperanca era de que a janela do Triton fosse empurrada
para fora antes que a pressao dentro da cabine esmagasse
os pulmoes de Rachel. O que ele estava prestes a fazer era o
equivalente a enfiar uma mangueira de água de alta pressao
num balao de borracha e torcer para que ele estourasse bem
rápido.
Segurou a válvula e tomou sua decisao final. Mergulhando
cada vez mais fundo com o submarino, Tolland abriu o
registro. A mangueira ficou rígida no mesmo instante e o ar
entrou na cabine com uma forca enorme.
Dentro do Triton, Rachel sentiu uma dor de cabeca
alucinante. Abriu a boca para gritar, mas o ar forcou a entrada
em seus pulmoes com uma pressao tao dolorosa que ela
pensou que seu peito fosse explodir. Seus olhos pareciam
estar sendo enfiados para dentro. Uma pressao
ensurdecedora entrou em seus ouvidos, quase fazendo com
que desmaiasse. Instintivamente, fechou os olhos e colocou
as maos sobre os ouvidos. A dor estava aumentando.
Ouviu batidas contra o vidro e forcou-se a abrir os olhos
apenas o suficiente para ver a silhueta de Michael nadando
na escuridao. Seu rosto estava apoiado contra o domo e ele
gesticulava para que ela fizesse algo.
Mas o quê?
Mal podia vê-lo na escuridao. Sua visao estava turva, seus
globos oculares pareciam distorcidos pela pressao. Mesmo
assim, podia perceber que o submersível havia mergulhado
além dos últimos restos de luz dos holofotes do Goya. Em
volta dela havia apenas um abismo infinitamente escuro.
Tolland agarrou com todo o corpo a janela do Triton e
continuou a bater. Seu peito queimava e ele precisaria voltar à
superfície em pouco segundos.
Empurre o vidro, Rachel! Ele podia ouvir o ar pressurizado
escapando pelo domo, borbulhando em direccao à superfície.
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