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Antes que Rachel tivesse tempo de reagir, o helicóptero
pousou sobre o convés do Goya. A porta de passageiros se
abriu e um homem desceu. Sua aparência era bastante
comum e ele usava casaco preto e gravata. Por alguns
instantes a agente do NRO nao conseguiu pensar em nada.
Estava diante de William Pickering.
William Pickering olhou para Rachel Sexton com tristeza.
Nunca imaginou que tudo terminaria assim. Andou na
direccao dela, vendo a perigosa combinacao de emocoes
espelhada em seus olhos.
Perplexidade, desapontamento, confusao, raiva.
Perfeitamente compreensível, pensou. Há tantas coisas que
ela nao entende.
Lembrou-se de sua própria filha, Diana. O que ela teria
sentido antes de morrer? Tanto Diana quanto Rachel eram
vítimas da mesma guerra – e Pickering tinha jurado nunca
abandonar aquele campo de batalha.
Algumas vezes as baixas podem ser muito cruéis.
- Rachel - disse o director -, nós ainda podemos encontrar
uma solucao.
Há muitas coisas que preciso lhe explicar.
Ela estava em choque, enojada. Tolland também parecia
confuso.
- Nao se aproxime! - gritou o oceanógrafo, apontando a
metralhadora para o peito de Pickering.
O director do NRO parou a cinco metros de Rachel.
- Seu pai está recebendo suborno. Dinheiro de companhias
do sector aeroespacial. Ele planeja desactivar a NASA e abrir
o espaco para a iniciativa privada. Era necessário fazer
alguma coisa para impedi-lo, por questoes de seguranca
nacional.
Rachel permaneceu impassível.
Depois de um longo suspiro, Pickering disse:
- A NASA, apesar de todos os seus erros, precisa continuar
sendo uma agência governamental.
Ela certamente compreende os perigos da privatizacao. As
melhores mentes da NASA iriam para o sector privado. O
capital intelectual se dispersaria. Os militares nao teriam mais
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