em sua direccao, esticando a corda elástica que a mantinha
presa ao cinto. Ainda virada de lado, Rachel esforcou-se para
elevar seus bracos acima da cabeca, posicionando a ponta
serrilhada contra a corda grossa.
Desajeitadamente, comecou a serrar o cabo tensionado.
- é isso! - gritou Tolland, mexendo-se para pegar também a
sua piqueta. Deslizando de lado, Rachel estava toda esticada,
seus bracos acima do corpo, cortando o cabo grosso e
resistente. O nylon trancado estava se esfiapando lentamente.
Depois de pegar sua piqueta, Tolland também virou, levantou
os bracos e tentou serrar o cabo no mesmo ponto, pegando-o
por baixo. As duas laminas se chocavam enquanto eles
trabalhavam juntos como lenhadores. A corda comecou a
esfiapar-se de ambos os lados.
Nós vamos conseguir, pensou Rachel. Vamos romper a
corda!
De repente a bolha prateada de Mylar na frente deles
descreveu uma curva e subiu, como se o balao tivesse sido
puxado por uma corrente de ar vertical. Rachel percebeu
rapidamente, horrorizada, que ele estava apenas seguindo o
contorno do terreno.
Tinham chegado às barragens de neve.
A parede branca agigantou-se à sua frente e, logo em
seguida, já estavam sendo puxados para cima. A pancada na
lateral do corpo de Rachel, quando se chocaram contra a
rampa, fez com que ela ficasse sem ar e arrancou a piqueta
de sua mao. Sentiu seu corpo ser puxado pela face da
barragem de gelo e depois jogado no ar. Ela e Tolland foram
subitamente cuspidos para cima, em um salto vertiginoso. O
vale entre as duas elevacoes se abria bem abaixo deles, mas
o cabo esfiapado que os unia ao balao continuava firme,
levantando seus corpos, puxando-os para cima, fazendo com
que sobrevoassem o primeiro canal. Em meio à confusao
daquele momento, ela viu que os outros dois paredoes de
gelo se erguiam logo a seguir. Depois havia um curto plato e,
entao, a queda livre até o oceano.
Aterrorizada com aquela visao, Rachel ouviu o grito agudo de
Corky Marlinson cortando o ar. Em algum lugar atrás deles,
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