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Nem sua imaginacao mais sombria poderia ter inventado algo
tao sórdido. E o pior é que, depois de soltar a corda de Norah
Mangor, os três agressores se voltaram para Corky.
Tenho que fazer algo!
Corky havia recobrado os sentidos e estava gemendo,
tentando sentar-se, mas um dos soldados empurrou-o de
volta para o gelo, subiu em cima dele e manteve seus bracos
presos ao chao ajoelhando-se sobre eles. O astrofísico soltou
um grito de dor que foi imediatamente engolfado pelo vento
raivoso.
Tomado por um terror enlouquecido, Tolland comecou a
revirar todo o material do trenó que estava espalhado à sua
volta. Tenho que encontrar algo aqui! Uma arma! Qualquer
coisa! Tudo o que via, entretanto, era equipamento de análise
do gelo, sendo que a maior parte dele fora destruída quase
completamente pelos projécteis de neve.
Ao lado dele, ainda grogue, Rachel tentava sentar-se, usando
sua piqueta de gelo para apoiar-se.
- Fuja, Mike...
Tolland olhou para a piqueta amarrada ao cinturao de Rachel
e lembrou-se de que Norah também lhe dera uma daquelas.
Poderia ser usada como uma arma. Ou quase. Tolland
pensou rapidamente quais seriam suas chances de atacar
três homens armados com aquele pequeno martelo.
Suicídio.
Rachel virou-se de lado e sentou-se. Foi entao que Tolland
viu uma coisa ao lado dela. Uma grande bolsa de plástico.
Rezando para que, contra todas as possibilidades, houvesse
uma arma de sinalizacao ou um rádio lá dentro, ele se
arrastou até a bolsa e a pegou. Dentro encontrou uma grande
folha de tecido Mylar, cuidadosamente dobrada.
Inútil. Ele tinha algo similar em seu navio. Era um pequeno
balao de observacao atmosférica, projectado para levantar
pequenas cargas de equipamento nao muito mais pesadas do
que um computador pessoal. O balao de Norah nao iria ajudar
em nada, especialmente sem um tanque de hélio por perto.
Ouvindo Corky se debater sem ter como escapar, Tolland foi
tomado por uma sensacao de impotência que há muito nao
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