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questionados por uma lambida na manga do casaco e um
punhado de alucinacoes absurdas. - Ela andou até uma
estacao de trabalho próxima e comecou a pegar alguns
instrumentos.
- Vou pegar uma amostra real dessa água e provar que ela
nao contém nenhum plancton de água marinha - vivo ou
morto!
Rachel e os outros ficaram observando enquanto Norah
usava uma pipeta estéril presa a um fio para recolher uma
amostra da água do poco. Em seguida, ela colocou diversas
gotas em um pequeno dispositivo que se parecia com um
telescópio em miniatura. Entao observou pela ocular,
apontando o dispositivo em direccao à luz que vinha do outro
lado do domo. Pouco depois ela estava xingando, irritada.
- Nao é possível! - Norah sacudiu o dispositivo e olhou
novamente. - Mas que diabos! Tem que haver algo de errado
com esse refratometro.
- água salgada? - provocou Corky. Norah franziu o rosto.
- Parcialmente. Está indicando 3% de salinidade - o que é
totalmente impossível. Esta geleira é uma pilha de neve, feita
inteiramente de água doce. Nao poderia haver sal algum.
Ela levou a amostra até um microscópio próximo e examinou-
a. Soltou um grunhido.
- Plancton? - foi a vez de Tolland perguntar.
- G. polyhedra - respondeu ela, agora com uma voz séria. - é
um dos tipos de plancton que nós, glaciologistas,
encontramos com frequência nos oceanos sob as plataformas
de gelo. - Norah olhou para Tolland. - Estao mortos agora.
Obviamente nao sobreviveram durante muito tempo num
ambiente com apenas 3% de água salgada.
Os quatro ficaram em silêncio diante do poco.
Rachel estava refletindo sobre quais eram exactamente as
implicacoes daquele paradoxo em relacao à descoberta como
um todo. O dilema parecia ser algo pequeno quando
comparado à questao maior do meteorito. Ainda assim, como
analista de inteligência, ela já havia presenciado situacoes em
que teorias inteiras haviam desmoronado por conta de
problemas menores do que aquele.
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