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claro. Parte da borda estava carbonizada e escurecida,
aparentando ser um segmento da superfície do meteorito.
- Posso ver a crosta de fusao - disse Rachel. Corky
concordou.
- é, essa amostra foi tirada da parte mais externa do
meteorito, entao dá para ver um pouco de crosta nela.
Rachel inclinou o disco contra a luz e pode ver os pequenos
glóbulos metálicos.
- E também posso ver os condrulos.
- óptimo! - exclamou Corky, eufórico. - E eu posso completar
seu raciocínio dizendo que já analisamos essa amostra
usando um microscópio petrográfico de polarizacao e que seu
conteúdo de níquel recai em um nível intermediário. Meus
parabéns, você acabou de confirmar com toda a certeza que
a rocha em suas maos veio do espaco.
Rachel olhou para ele, confusa.
- Dr. Marlinson, isso é um meteorito. Supostamente ele tem
que vir do espaco, nao? Perdi alguma coisa?
Corky e Tolland trocaram um olhar cúmplice. Tolland colocou
a mao no ombro de Rachel e disse baixinho:
- Vire-o do outro lado.
Rachel virou o disco. Levou um curto tempo até que seu
cérebro assimilasse o que estava vendo. E entao a verdade
passou por cima dela como um rolo compressor.
Impossível!, pensou, sem ar, enquanto percebia que sua
definicao de "impossível" havia acabado de mudar para
sempre. Incrustada na pedra havia uma forma que em uma
amostra de rocha terrestre seria considerada comum. Em um
meteorito, contudo, era completamente inconcebível.
-é um... - Rachel gaguejou, quase incapaz de dizer a palavra.
– é um... insecto! Esse meteorito contém o fóssil de um
insecto!
Tolland e Corky sorriam, alegres.
- Bem-vinda ao clube.
O enorme fluxo de emocoes que tomou conta de Rachel
deixou-a sem fala por alguns instantes. Mesmo aturdida pelo
que acabara de ver, compreendeu que nao havia qualquer
dúvida de que aquele fóssil havia sido, em um passado