Protesto causa incêndio e interdita arredores do estádio

 

Cerca de 800 pessoas promoveram manifestação em frente ao estádio Mané Garrincha e interditaram os arredores da arena palco da estreia da seleção brasileira na Copa das Confederações. Os manifestantes, ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), incendiaram pneus na avenida Eixo Monumental.

Uma enorme fumaça preta tomou conta do local. O acesso à avenida foi bloqueado, tendo as rotas desviadas. O protesto foi controlado definitivamente pela polícia às 11h10, com a dispersão dos manifestantes e liberação da via. Depois de uma conversa com Coronel Leandro, chefe da Casa Militar, o grupo seguiu para o Palácio Buriti, para uma reunião.

Os protestantes prometem nova ação em vias públicas no sábado, antes da partida da seleção brasileira contra o Japão, às 16h, caso não haja um entendimento entre as partes até lá. 

O movimento alega que 1600 famílias estão desabrigadas nas cidades satélites e de Brasília, já que o Governo alega não teria cumprido uma cordo para construir abrigos e moradias para todos eles. Enquanto isso, o Estádio Mané Garrincha ganhou grande investimento para receber a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.

"O nosso protesto é para que o dinheiro do povo vá de fato para o povo. A Copa não é para os brasileiros, uma minoria do povo assistirá. Nós da classe baixa não teremos acesso. Então a Copa definitivamente não será nossa", declarou Edenilson Paraná, um dos organizadores do protesto e integrante do MTST.

"Nós vamos protestar até que a Copa pare de incomodar e atrapalhar Brasília. Amanhã [sábado], se precisar, estaremos de novo", avisou Thiago Ávila, manifestante.

A polícia informa que a manifestação prometida para sábado será controlada. "O torcedor que vier no sábado terá total segurança no Mané Garrincha. A polícia dará toda a segurança ao torcedor", informou o tenente-coronel  da PM Júlio César.

Durante o período em que houve o protesto, Bombeiros e Polícia Militar nada puderam fazer. De braços cruzados, aguardavam as negociações para entrarem em ação. Desta maneira, o fogo só pode ser controlado quando os manifestantes se dispersaram e a fumaça era pequena.