Ligando Beijing com a cidade de Zhangjiakou no norte da província de Hebei, a ferrovia centenária, entretanto submetida a modificações para acomodar os trens modernos, desempenhará um papel importante nos Jogos Olímpicos (JO) de Inverno de 2022, os quais serão coorganizados pelas duas cidades.
A linha Beijing-Zhangjiakou foi projetada por Zhan Tianyou, conhecido como o “pai das ferrovias chinesas”, e foi inaugurada em 1909, após 4 anos de construção.
As obras para esta infraestrutura eram, à data, consideradas impossíveis sem apoio estrangeiro. Zhan, juntamente com seus colegas, moveram diligências para concluírem a obra 2 anos antes do previsto, superando um conjunto de problemas relacionados com o terreno e com a potência dos trens, construindo a linha em ziguezague, e usando 2 locomotivas ao invés de uma.
Com uma velocidade de 35km/h há mais de 100 anos atrás, a ferrovia foi melhorada e adaptada ao transporte de alta velocidade, 9 vezes mais rápido.
Ao longo da ferrovia de 174km existem 10 estações, as quais estarão conectadas com as linhas do metrô de Beijing, servindo de linha de tráfego crucial para os JO.
A estação de Qinghe, a estação de partida da ferrovia de alta velocidade, será outro polo de transportes em Beijing assim que inaugurada.
“Estamos usando imensos equipamentos avançados e tecnologias na construção da nova ferrovia de alta velocidade, a qual acredito que representa o rápido desenvolvimento do nosso país”, disse Li Ran, membro da equipe de construção.
“A ferrovia não somente reflete o desenvolvimento econômico e o progresso na ciência e tecnologia modernas da China, mas é também representativa do espírito combativo do povo chinês”, disse Yang Cunxin, o diretor da estação Qinglongqiao, onde Zhan foi sepultado.
“Várias pessoas, incluindo estudantes universitários visitam este local a cada primavera em homenagem a Zhan”, acrescentou.
A extensão ferroviária total da China alcançou o marco dos 127,000km de extensão no final de 2017. A China tem vindo também a auxiliar países estrangeiros na construção de caminhos-de-ferro.
As ferrovias de alta-velocidade do país excedem os 25,000km e deverão ascender aos 30,000 até 2020, abrangendo mais de 80% das cidades com uma população superior a 1 milhão.