Sempre achamos que o tratamento de bebês prematuros cabe ao hospital e às mães. Porém, o Brasil vem promovendo a terapia do "pai canguru", que encoraja os pais, e até os avôs e avós, a participarem da recuperação e criação de bebês que vêm ao mundo prematuramente.
A nova terapia conquistou popularidade recentemente em hospitais do Rio de Janeiro e já se tornou num meio de assistência para os bebês prematuros, fora da incubadora.
Silva é um "pai canguru". O filho dele nasceu aos sete meses. Com a instrução de médicos, Silva participa da recuperação do filho todos os dias. O tratamento é realizado três vezes por dia, quando o filho está atado ao corpo do pai. Eles permanecem assim ao longo de pelo menos uma hora.
O "saco" artificial permite aos bebês sentirem-se como um canguruzinho e em contato íntimo com o pai por um longo período. Estas práticas comprovam que os bebês que receberam este tipo de tratamento têm uma recuperação acelerada e um aumento rápido de peso.
"A primeira vez foi indescritível. Dá para sentir o batimento do coraçãozinho, o calor do corpo", conta Silva. Ele recordou que uma vez o filho chorava na incubadora, mas acalmou-se quando foi para o colo do pai. Para cuidar melhor do filho, Silva parou de trabalhar.
O tratamento do "pai canguru" foi inventado na Colômbia. Médicos brasileiros foram ao país vizinho para estudar o novo método. Entretanto, a Colômbia promove a participação de toda a família no processo. Por exemplo, se a mãe do bebê prematuro recém-nascido for uma menina adolescente e solteira, a família deverá enfrentar a falta da presença paterna. Neste caso, a avó e o avô podem assumir o papel de "pai canguru" para cuidar do bebê. Os médicos brasileiros consideram que a medida adotada pela Colômbia corresponde à situação do Brasil para ajudar as famílias de baixa-renda.