Nova vacina piloto contra Ebola criada por pesquisadores chineses é segura, diz jornal

Resultados de um teste preliminar de uma vacina contra o Ebola, desenvolvida por pesquisadores chineses, indicam que ela é segura, segundo um artigo publicado no jornal médico The Lancet.

A descoberta sugere que a vacina de alta dosagem é segura e "robustamente imunogênica", disseram na quarta-feira seus criadores no jornal, acrescentando que uma dosagem da vacina pode elevar uma "resposta imunológica específica de glicoproteína e célula T" contra o vírus do Ebola em 14 dias.

A vacina é a primeira com base no vírus responsável pelo surto no oeste da África. Até agora, todas as vacinas testadas contra o Ebola são com base em uma variação do vírus da epidemia de Zaire em 1976.

A vacina foi desenvolvida conjuntamente pelo instituto biotecnológico da Academia de Ciências Médicas Militares e a Tianjin Cansino Biotechnology.

Um grupo de pesquisadores chineses, liderado por Zhu Fengcai do centro de prevenção e controle de doenças na Província de Jiangsu, testaram a segurança da vacina em 120 indivíduos da província.

Os participantes do teste receberam aleatoriamente um placebo, ou uma pequena ou grande dosagem da vacina.

Não foi reportado "nenhum incidente adverso" durante o teste, disseram os pesquisadores, acrescentando que a reação mais comum era dor no local da injeção.

Segundo o estudo, a nova vacina piloto é estável e mais fácil para armazenamento ou transporte em áreas tropicais onde a capacidade de cadeia de frio é inadequada, como no oeste da África.

O vírus fatal do Ebola deixou mais de 10 mil mortes no oeste da África entre cerca de 25 mil infectados desde o início de 2014. Ainda não há vacina licenciada contra o vírus.