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CAPíTULO 114
AS maos ensanguentadas de Corky seguravam o volante da
lancha Crestliner Phantom 2100 enquanto ela saltava
velozmente pelo mar. Ele tinha empurrado o acelerador até o
limite, tentando atingir a maior velocidade possível. Só depois
de deixar o Goya sentiu uma dor lancinante na perna direita.
Olhou para baixo e ficou tonto ao ver o sangue jorrando da
ferida.
Apoiando-se no volante, virou-se para trás, torcendo para que
o helicóptero estivesse no seu encalco. Como Tolland e
Rachel haviam ficado presos na passarela, nao fazia sentido
esperá-los. Teve que tomar uma decisao instantanea.
Dividir para conquistar.
Corky calculou que, se conseguisse fazer com que o
helicóptero o seguisse até bem longe do navio, talvez os
amigos pudessem usar o rádio para pedir socorro.
Infelizmente, olhando para o navio iluminado atrás dele, viu
que o Kiowa ainda estava pairando sobre o Goya, como
se os atacantes estivessem indecisos.
Andem, seus filhos-da-mae! Venham atrás de mim!
Mas o helicóptero nao o seguiu. Em vez disso, manobrou até
a popa do navio, alinhou-se com ele e desceu sobre o convés.
Nao! Corky olhava, aterrorizado, pensando que deixara
Tolland e Rachel para trás, indefesos.
Seria ele, entao, quem teria que enviar a mensagem de rádio
pedindo ajuda. Tacteou pelo painel e achou o rádio. Apertou o
botao de ligar.
Nada aconteceu. Nenhuma luz se acendeu. Nao havia sequer
estática.
Virou o volume até o máximo. Nada. Droga! Largou o volante
e se ajoelhou, gritando ao sentir uma fisgada na perna. Olhou
para o rádio, mas nao podia acreditar no que via. O painel de
controle tinha sido atingido pelas balas e estava destruído.
Havia fios saindo pela frente. Corky ficou sem accao.
Mas que azar desgracado...
Tremendo, levantou-se novamente, pensando no que mais
poderia dar errado. A resposta veio do Goya. Olhou para o
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