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Virou-se bruscamente para Corky.
- Alguém datou a crosta de fusao?
O astrofísico olhou de volta, meio confuso.
- O quê?
- Alguém datou essa carbonizacao? Ou melhor, nós podemos
afirmar que a carbonizacao ocorreu no mesmo momento que
a queda do lungersol?
- Lamento - respondeu Corky -, mas isso é impossível de
datar. A oxidacao invalida todos os marcadores isotópicos
necessários. Além disso, as taxas de decaimento de isótopos
radioativos sao muito lentas para se medir algo mais recente
do que 500 anos.
Rachel pensou sobre aquilo por alguns instantes, entendendo
entao por que a data da queima nao fazia parte dos dados.
- Em outras palavras, até onde somos capazes de analisá-la,
esta rocha poderia ter sido carbonizada na Idade Média ou no
fim de semana passado, certo?
Tolland riu.
- Ninguém aqui disse que a ciência tem todas as respostas.
Ela continuou raciocinando em voz alta:
- Uma crosta de fusao é essencialmente apenas uma queima
muito severa. Tecnicamente falando, esta rocha poderia ter
sido queimada a qualquer momento durante a última metade
do século de várias formas diferentes?
- Errado - retrucou Corky. - De várias formas diferentes? Nao.
Queimada de uma única forma: caindo através da atmosfera.
- Alguma outra possibilidade? Uma fornalha, talvez?
- Uma fornalha? Você está brincando. Essas amostras foram
examinadas com um microscópio electronico. Mesmo a
fornalha mais limpa do planeta teria deixado resíduos de
combustível por toda parte, fosse ela nuclear, química ou à
base de combustíveis fósseis. Impossível. E o que dizer das
estrias geradas ao cruzar a atmosfera? Nao dá para
reproduzir isso em uma fornalha.
Rachel tinha se esquecido das estrias direccionais no
meteorito. Ele de facto parecia ter atravessado a atmosfera.
- E o que você me diz de um vulcao? - tentou. - Algo ejectado
violentamente durante uma erupcao?
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