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Rachel só podia fiar-se no que tinha visto: uma rocha
carbonizada, cheia de fósseis, sendo retirada do gelo.
Passou ao lado de Corky e olhou para ele, ainda bastante
machucado depois da fuga no gelo. O inchaco na bochecha
estava diminuindo e os pontos tinham boa aparência. Ele
dormia com as maos rechonchudas segurando a amostra do
meteorito, como se fosse um ursinho.
Ela inclinou-se e gentilmente retirou a amostra das maos de
Corky.
Olhou para o fragmento, observando novamente o fóssil.
Elimine todas as suposicoes, repetiu para si mesma,
forcando-se a reorganizar seus pensamentos. Restabeleca a
cadeia de provas. Era um velho ensinamento do NRO.
Reconstruir uma prova desde o início, ou "voltar à estaca
zero", como costumavam dizer, era algo que todos os
analistas faziam quando as pecas nao se encaixavam
perfeitamente bem.
Reconstrua as provas.
Voltou a andar pelo corredor.
Esta pedra de facto representa prova de que há vida
extraterrestre?
Uma prova, ela sabia, era uma conclusao construída sobre
uma piramide de factos, uma vasta base de informacoes já
aceitas sobre as quais afirmacoes mais específicas eram
feitas.
Elimine todas as suposicoes básicas. Comece de novo. O que
temos?
Uma rocha.
Ela pensou nisso durante algum tempo. Uma rocha. Uma
rocha com criaturas fossilizadas. Andando de volta para a
frente do aviao, sentou-se ao lado de Tolland.
- Mike, queria lhe propor um jogo.
Ele olhou para Rachel, mas parecia distante, profundamente
imerso em seus pensamentos.
- Um jogo?
Ela entregou-lhe a amostra do meteorito.
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