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macacoes azuis. Ela queria falar, mas sua boca nao se movia.
A sensacao de ardência em sua pele estava cedendo agora,
dando lugar a profundas e pontiagudas ondas de dor que
passavam por seus músculos como tremores sísmicos.
- Nao tente lutar - disse o homem que a segurava. - O sangue
precisa voltar a fluir por seus músculos. - Falava como um
médico. – Tente mover seus membros o máximo que puder.
O corpo de Rachel estava sendo dilacerado por uma enorme
dor, como se cada um de seus músculos estivesse sendo
espancado com um martelo.
Continuava deitada no chao, sentindo seu tórax se contrair e
mal conseguindo respirar.
- Mexa seus bracos e pernas - insistiu o homem. - Nao
importa o quanto isso doa.
Ela tentou. Cada movimento era como uma faca sendo
enfiada em suas juntas. Os jactos d'água se tornaram
novamente mais quentes, como se sua pele estivesse sendo
escaldada. A dor avassaladora nao cedia.
Quando achou que nao iria mais agüentar, alguém lhe deu
uma injeccao. A dor se dissolveu rapidamente, cada vez
menos intensa, retrocedendo. Os tremores diminuíram. Ela
sentiu sua respiracao se normalizar.
Uma nova sensacao se espalhou por seu corpo: estranhas
alfinetadas. Em toda a parte. Agulhas sendo espetadas, mais
pontiagudas a cada vez.
Milhoes de golpes de pequenos objectos muito afiados que se
intensificavam quando se mexia. Tentou ficar imóvel, mas os
jactos d'água continuavam a golpeá-la. O homem que estava
de pé segurou seus bracos e comecou a movê-los.
Deus, como isso dói! Rachel estava fraca demais para lutar.
Lágrimas de dor e de exaustao rolavam por seu rosto. Fechou
os olhos com forca, tentando se esquecer do mundo.
Finalmente, as alfinetadas comecaram a se dissipar. A chuva
parou.
Quando ela reabriu os olhos, sua visao estava mais clara.
Pode ver Corky e Tolland deitados perto dela, trêmulos,
seminus e ensopados. Pela angústia em seus rostos, Rachel
sentiu que haviam passado por uma experiência similar. Os
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