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CAPíTULO 61
O submarino nuclear USS Charlotte estava estacionado no
oceano ártico há cinco dias. Sua presenca ali era altamente
secreta.
O Charlotte era um submarino da classe Los Angeles,
projectado para "ouvir sem ser ouvido". Suas turbinas de 42
toneladas eram instaladas sobre molas para amortecer sua
vibracao. Embora um dos seus pré-requisitos fosse a
discricao, era um dos maiores submarinos de reconhecimento
em operacao. Com um comprimento próximo a 110 metros da
proa à popa, era do tamanho de um campo de futebol oficial.
Era sete vezes maior que o primeiro submarino da classe
Holland da Marinha norte-americana e, quando
completamente submerso, deslocava 6.927 toneladas de
água e chegava à velocidade de 35 nós.
A profundidade normal de cruzeiro dessa embarcacao era
logo abaixo da termoclina, uma camada de transicao térmica
abrupta que distorcia os sinais de radar vindos de cima,
tornando o submarino invisível para os radares de superfície.
Comportando uma tripulacao de 148 homens e podendo
atingir uma profundidade máxima de submersao de mais de
1.500 pés, o submarino era um dos mais avancados e
também um dos mais usados pela Marinha dos Estados
Unidos. Seu sistema de oxigenacao por electrólise de
evaporacao, os dois reactores nucleares e o stock de
comida desidratada permitiam que circunavegasse o globo 21
vezes sem nunca ter que subir à superfície.
O técnico que estava sentado diante da tela do sonar era um
dos melhores do mundo. Sua mente era um dicionário de
sons e formas de onda. Podia distinguir os diferentes sons de
dezenas de propulsores de submarinos russos, o ruído de
centenas de criaturas marinhas e até mesmo localizar vulcoes
submarinos do outro lado do planeta.
No momento, contudo, ele estava ouvindo um eco repetitivo e
desinteressante. O som, apesar de facilmente discernível, era
completamente inesperado.
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