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CAPíTULO 52
Marjorie Tench sorría consigo mesma ao descer as escadas
em direccao ao Sector de Comunicacoes da Casa Branca, a
sala de transmissoes toda informatizada que era usada para
distribuir releases elaborados no andar de cima, no Gabinete
de Imprensa. A reuniao com Gabrielle Ashe tinha corrido bem.
Ela nao estava certa se a assessora ficara apavorada o
bastante para entregar uma declaracao admitindo seu caso
com o senador, mas com certeza tinha sido uma boa
tentativa.
Seria sensato da parte dela pular fora da campanha, pensou
Tench. Aquela garota nao tinha idéia do tombo que seu
candidato estava prestes a levar.
Dentro de poucas horas, a meteórica colectiva de imprensa
do presidente iria deixar seu adversário de joelhos. Aquilo já
era um facto. Se a jovem assessora cooperasse, seria a
humilhacao final, o golpe mortal na candidatura de Sexton.
Pela manha, Tench poderia liberar a confissao assinada por
Gabrielle para a imprensa, junto com a fita da entrevista em
que o senador negava tudo.
Um golpe duplo.
Política, afinal, nao se limitava a ganhar uma eleicao. Era
preciso vencer de forma esmagadora a fim de ter poder
suficiente para levar adiante a sua visao. Historicamente,
qualquer presidente que chegava ao cargo com uma margem
apertada de votos nao conseguia realizar grandes projectos,
pois já comecava o mandato enfraquecido, e isso era algo
que o Congresso parecia nao perdoar.
Idealmente, a destruicao da campanha do senador Sexton
deveria ser abrangente: um ataque por duas vertentes que o
destruísse política e eticamente ao mesmo tempo. Uma
estratégia clássica da arte da guerra.
Force o inimigo a lutar em duas frentes simultaneas. Quando
um candidato conhecia algum detalhe negativo a respeito de
seu oponente, muitas vezes esperava até que tivesse um
segundo facto para ir a público apresentar os dois. Investir em
duas frentes era sempre mais eficaz do que mirar em um
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