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CAPíTULO 51
Lutar ou fugir. Como biólogo Tolland conhecia bem as
enormes mudancas fisiológicas que ocorriam quando um
organismo sentia que estava em perigo. A adrenalina
inundava o córtex cerebral, aumentando os batimentos
cardíacos e ordenando ao cérebro que tomasse a mais antiga
e mais profundamente enraizada de todas as decisoes
biológicas: lutar ou fugir.
O instinto de Tolland lhe dizia para fugir, mas a lógica
lembrava-o de que ainda estava amarrado a Norah Mangor.
De qualquer forma, nao havia para onde fugir. O único abrigo
possível seria a habisfera, e os agressores tinham se
posicionado na parte mais alta do terreno, eliminando essa
possibilidade. Atrás dele, o terreno de gelo aberto abria-se
numa planície de três quilometros que terminava em uma
queda abrupta no mar glacial. Fugir naquela direccao
significava morte por exposicao ao frio. Independentemente
de todas as barreiras prácticas à fuga, Tolland sabia que nao
podia deixar os outros para trás. Norah e Corky ainda
estavam em terreno aberto, unidos pela cordada a Rachel e
a ele mesmo.
Tolland ficou agachado próximo a Rachel enquanto os
projécteis de gelo continuavam a bater na lateral do trenó de
equipamento que havia virado. Ele remexeu o conteúdo
espalhado, tentando encontrar alguma arma, um sinalizador,
um rádio... qualquer coisa.
- Corra! - gritou Rachel, ainda com dificuldades para respirar.
Naquele momento a saraivada de projécteis de gelo cessou
sem razao aparente. Mesmo com o vento cortante, a noite
agora parecia calma - como se uma tempestade houvesse se
dissipado.
Espreitando com cuidado pelo canto do trenó, Tolland
presenciou uma terrível cena.
Saindo do perímetro externo de escuridao para a zona
iluminada surgiram três figuras fantasmagóricas, deslizando
sem nenhum esforco sobre esquis. Os homens usavam
roupas térmicas completamente brancas.
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