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Trocaram olhares. Pelo tom de voz de Norah, obviamente
havia um "porém". Mas ela parecia ter confirmado a teoria de
Rachel.
- Entao - arriscou Tolland - você está dizendo que isso seria
possível? A teoria faz sentido?
- Claro - disse Norah. - Desde que você seja um idiota
completo.
Rachel olhou para ela, furiosa.
- O que você disse?
Norah Mangor olhou fixamente para Rachel.
- Suponho que, em sua área, ter informacoes parciais seja
perigoso, nao? Pois é. A mesma coisa vale em glaciologia. -
Norah desviou o olhar, examinando as outras três pessoas ao
seu redor. - Permitam-me deixar algo bem claro de uma vez
por todas. As concentracoes de gelo salinizado que a
senhorita Sexton propos de facto ocorrem. Em minha área,
sao chamadas de "interstícios". Os interstícios, porém, nao se
formam como bolsoes de água salgada, mas como vastas
redes de gelo salinizado cujas ramificacoes têm a espessura
de um fio de cabelo humano. Aquele meteorito teria que ter
passado através de uma série incrivelmente densa desses
interstícios para liberar uma quantidade de água salgada
suficiente para criar uma mistura de 3% em um poco tao
profundo. Ekstrom ainda estava com uma cara fechada.
- Afinal, é possível ou nao?
- De jeito nenhum - respondeu Norah, seca. – é
completamente impossível. Eu teria me deparado com essas
redes de gelo salinizado ao analisar minhas amostras.
- As amostras foram retiradas de locais escolhidos
aleatoriamente, nao? - perguntou Rachel. - Haveria alguma
possibilidade de os locais de coleta das amostras, por mero
azar, nao terem esbarrado em nenhum bolsao de água
marinha?
- Perfurei exactamente acima do meteorito. Depois peguei
amostras de vários outros locais a poucos metros do
meteorito, nos dois lados. Nao daria para chegar mais perto.
- Estava só perguntando...
- Nao há o que discutir - disse Norah. - Os interstícios de gelo
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