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notícia de um encontro entre nós dois poderia colocá-la em
uma situacao complicada em relacao a seu pai.
- Agradeco seu cuidado, senhor.
- Creio que você tem conseguido manter um equilíbrio
delicado de forma graciosa e nao vejo razoes para atrapalhar
isso.
Rachel lembrou-se rapidamente do encontro matinal com seu
pai: ela duvidava que seu comportamento pudesse ser
chamado de "gracioso". De qualquer jeito, Herney estava
fazendo um esforco evidente para agir de maneira honrada.
- Posso chamá-la de Rachel? - perguntou Herney.
- Claro. - Posso chamá-lo de Zach?
- Meu escritório - disse o presidente, fazendo sinal para que
ela entrasse por uma porta de madeira entalhada.
O gabinete presidencial do Air Force One tinha um clima mais
intimista do que seu equivalente na Casa Branca, mas, ainda
assim, o mobiliário guardava um certo ar de austeridade.
Havia uma pilha de papéis sobre a escrivaninha. Na parede
atrás da mesa estava pendurada uma imponente pintura a
óleo de uma escuna de três mastros, velas infladas, tentando
sobrepujar uma furiosa tempestade. Parecia a metáfora
perfeita para a situacao política de Zachary Herney naquele
momento.
O presidente puxou uma das três cadeiras executivas que
estavam em frente à sua mesa para Rachel. Ela se sentou,
esperando que ele fosse sentar-se do outro lado, atrás da
escrivaninha. Em vez disso, ele puxou uma das outras
cadeiras e acomodou-se ao lado dela.
No mesmo nível, ela pensou. Um mestre em relacionamentos.
- Bem, Rachel - disse Herney, soltando um suspiro de
cansaco. - Imagino que você esteja confusa quanto à razao
de estar sentada aqui neste momento, nao é?
Rachel baixou a guarda diante da sinceridade na voz do
presidente.
- Para falar a verdade, estou perplexa. Herney soltou uma
risada.
- Fantástico! Nao é todo dia que consigo deixar alguém do
NRO perplexo!
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