A presidente do Conselho das Finanças Públicas adora música clássica e é uma devoradora de romances policiais. Observa a evolução das contas públicas com a mesma atenção com que,do seu apartamento acompanha, através dos binóculos, os navios que entram e saem do Tejo.
Começou a beber chá quando entrou para o Banco de Portugal, em 1973, porque lá o café era muito mau. Mas o trabalho era tão enfadonho que estava a analisar a hipótese de se candidatar a um organismo internacional, como a OCDE. O 25 de Abril e a chegada de Silva Lopes a governador mudaram-lhe o destino. E o facto de ser das poucas economistas que na altura dominava bem a língua inglesa levou a que integrasse as missões que negociaram com o FMI os dois primeiros pedidos de ajuda internacional, de 77-79 e 83-85. Contudo, nas visitas a Washington ia sempre com um kit de chá, porque o café era igualmente mau por aquelas bandas. Apesar da economia ser uma constante na sua vida, os seus interesses estão muito longe de se esgotarem por aí. Diz que os economistas têm de dar mais atenção à História, Sociologia e Ciência Política. Pela sua parte, tem uma enorme coleção de música clássica, leu todos os clássicos da literatura, os estrangeiros de preferência na língua original, e é uma devoradora de romances policiais ingleses, que a distraem das preocupações do dia a dia sem lhe tirarem o sono. D