CAPÍTULO 3
Robert Langdon estava ocupado relendo suas fichas de anotações quando o barulho dos pneus do carro mudou de tom. Ele ergueu os olhos, surpreso ao ver onde estavam.
Já chegamos à Memorial Bridge?
Largou as anotações e olhou para fora, fitando as águas mansas do Potomac que corriam logo abaixo. Uma bruma pesada pairava sobre a superfície do rio. Aquele local, muito apropriadamente chamado de Foggy Bottom, sempre lhe parecera singular para se construir a capital do país. De todos os lugares do Novo Mundo, os pais fundadores haviam escolhido um brejo lamacento à beira de um rio para assentar a pedra angular de sua sociedade utópica.
Langdon olhou para a esquerda, para além da pequena enseada conhecida como Tidal Basin, em direção à silhueta graciosamente arredondada do Jefferson Memorial - o monumento em homenagem a Jefferson que muitos chamavam de Panteão dos Estados Unidos da América. Bem na frente do carro, um segundo monumento, o Lincoln Memorial, se erguia com rígida austeridade, lembrando com suas linhas ortogonais o antigo Partenon de Atenas. Mas foi mais adiante que Langdon viu a peça central da cidade - a mesma coluna que avistara do céu. Sua inspiração arquitetônica era muito, muito mais antiga do que os romanos ou os gregos.
O obelisco egípcio dos Estados Unidos.
A coluna monolítica do Monumento a Washington assomava bem à frente, iluminada contra o céu como o majestoso mastro de um navio. Da perspectiva oblíqua de Langdon, o obelisco parecia suspenso ... oscilando no céu soturno como se estivesse num mar agitado. Langdon se sentia igualmente sem chão. Sua visita a Washington tinha sido totalmente inesperada. Acordei hoje de manhã imaginando um domingo tranqüilo em casa... e agora estou a poucos minutos do Capitólio.