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CAPITULO V A NOSSA ENTRADA NO DESERTO-3

时间:2024-08-23来源:互联网  进入葡萄牙语论坛
核心提示:--Quartelmar, diga-lhe que no ha jornada que o homem no possa emprehender, replicou o baro (que evidentemente estimava e
(单词翻译:双击或拖选)

--Quartelmar, diga-lhe que não ha jornada que o homem não possa emprehender, replicou o barão (que evidentemente estimava e considerava aquelle singular Zulú). Nada ha que o homem não possa fazer; nem desertos que não possa atravessar, nem montanhas que não possa subir, se puzer n’isso alma e vontade. O essencial é contarmos a vida por coisa nenhuma, alegremente promptos a conserval-a ou a perdel-a, segundo Deus ordenar.

 

Quando o Zulú comprehendeu, toda a face se lhe illuminou:

 

--Grandes palavras, meu pai Incubú! Grandes, soberbas palavras que enchem bem a bôca d’um forte! Que é a vida, na verdade? É a semente da herva que o vento sopra aqui e além. Ás vezes cae em boa terra e fructifica; outras vezes, na rocha dura e definha... O homem nasce para morrer. Mais tarde ou mais cedo, que importa? É sempre a morte. Eu por mim irei comtigo, Incubú! Irei por montanha e deserto, e ser-te-hei sempre fiel...

 

Parou. E subitamente rompeu n’uma d’essas rajadas de poesia, frequentes nos Zulús, que tanto surprehendem os que pela primeira vez as testemunham, e que, apesar de nevoentas, redundantes, e decoradas de geração em geração, mostram que se a raça não é intelligente, é pelo menos imaginativa.

 

--Que é a vida (exclamava Umbopa, abrindo os braços, n’aquelle tom cantado que os Zulús tomam n’esses momentos de exaltação). Que é a vida? Dizei-me, oh brancos, vós que sabeis os segredos d’este mundo, e do mundo das estrellas que brilha por cima, e do outro mundo que está para além das estrellas! Dizei-me, oh brancos, dizei-me o segredo da vida! D’onde vem ella, para onde vai?... Não podeis, não sabeis! Escutai então! Nós sahimos da treva, e para a treva marchamos. Como um passaro acossado pela tormenta, nós sahimos do fundo da escuridão: durante um momento passamos, e as azas brilham-nos á luz das fogueiras: depois, de novo e para sempre mergulhamos na treva! A vida é o pyrilampo que fulgura de noite e de dia é negro! É o halito dos rebanhos no ar de inverno! É a sombra que corre sobre a relva, e que desapparece ao poente!...

 

Calára-se, com os braços ainda abertos, o olhar perdido nas alturas.

 

--És um homem bem singular, Umbopa! Exclamou o barão, que o escutára assombrado.

 

O outro pareceu acordar, sorriu:

 

--Creio que nos assemelhamos, Incubú. Talvez eu tambem vá procurando um irmão entre as gentes que estão para lá das montanhas.

 

Olhei para Umbopa, com o sobr’olho franzido.

 

--Que gentes? Que sabes tu das gentes que vivem para lá das montanhas?

 

--Pouco, Macumazan, muito pouco. Ha para além uma terra de feitiços, de jardins, de gente valente... Ha tambem uma grande estrada branca, toda de pedra. Assim ouvi. Mas de que vale dizer? Quem lá chegar, lá verá! 
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