Na cidade italiana, R$ 1,5 milhão já foi gasto para reparar falhas na estrutura da ponte, que consumiu R$ 36 milhões até sua conclusão, há seis anos, três vezes o valor do primeiro orçamento.
Em Valencia, onde Calatrava nasceu, a prefeitura diz que "é problema dele" a conta de R$ 9,6 milhões para refazer a cobertura do Palácio das Artes, inaugurado há oito anos a um custo de R$ 1,5 bilhão -o arquiteto ganhou R$ 302 milhões pelo projeto.
Esses são só os capítulos mais recentes da derrocada de Calatrava, que responde a processos no resto da Espanha e da Europa por falhas estruturais e de planejamento em seus megaprojetos.
Ele constrói agora, no Rio, o Museu do Amanhã, que também já teve um salto de R$ 130 milhões para R$ 215 milhões no orçamento -gestores da obra se recusam a divulgar quanto o arquiteto recebeu pelo projeto executivo.
Dois anos depois de quando deveria ter sido concluído, menos da metade da obra na zona portuária está pronta, adiando a entrega para 2015.
Em nota à Folha, a Prefeitura do Rio, que desenvolve o projeto do museu em parceria com a Fundação Roberto Marinho, afirmou ter "uma boa relação" com o arquiteto e que o aumento do orçamento se deve a obras de reforço nas fundações do terreno, que não estavam previstas.