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Mas aquele que sempre a mocidade
Tem no rosto perpétua, e foi nascido
De duas mães, que urdia a falsidade
Por ver o navegante destruído,
Estava numa casa da cidade,
Com rosto humano e hábito fingido,
Mostrando-se Cristão, e fabricava
Um altar sumptuoso, que adorava.
11
Ali tinha em retrato afigurada
Do alto e Santo Espírito a pintura:
A cândida pombinha debuxada
Sobre a única Fénix, Virgem pura;
A companhia santa está pintada
Dos doze, tão torvados na figura,
Como os que, só das línguas que caíram,
De fogo, várias línguas referiram.
12
Aqui os dous companheiros conduzidos
onde com este engano Baco estava,
Põem em terra os giolhos, e os sentidos
Naquele Deus que o mundo governava.
Os cheiros excelentes, produzidos
Na Pancaia odorífera, queimava
O Tioneu, e assim por derradeiro
O falso Deus adora o verdadeiro.