----------------------- Page 439-----------------------
                            CAPíTULO 101 
Do helicóptero já era possível ver a silhueta do Goya 
crescendo no horizonte. A cerca de um quilómetro, Tolland 
podia distinguir as fortes luzes do convés que Xavia havia 
sabiamente deixado acesas. 
Sentiu-se como um viajante cansado chegando em casa. 
- Eu achei que você tinha dito que só havia uma pessoa a 
bordo – disse Rachel, surpresa ao ver tantas luzes. 
- Você nao acende a luz quando está sozinha em casa? - Só 
uma, nao a casa inteira. 
Tolland sorriu. Apesar de Rachel tentar parecer 
despreocupada, ele podia sentir que ela estava extremamente 
apreensiva. Michael queria abracá-la e reconfortá-la, mas 
sabia que nao havia nada que pudesse dizer para ajudar. - As 
luzes ficam acesas por seguranca. Elas fazem com que o 
barco pareca estar em plena actividade. 
- Com medo de piratas, Mike? - perguntou Corky, rindo. 
- Nao, o maior perigo, na verdade, sao os idiotas que nao 
sabem interpretar o que vêem no radar. A melhor defesa 
contra uma colisao é fazer com que todos possam avistar seu 
barco. 
Corky apertou os olhos para enxergar melhor o barco. 
- Ver o barco? Aquilo lá parece uma festa de réveillon num 
cruzeiro. 
Obviamente a NBC tem pago a sua conta de eletricidade. 
O helicóptero da Guarda Costeira reduziu a velocidade e voou 
em torno da embarcacao, manobrando em direccao ao 
heliponto que ficava na popa. Mesmo lá de cima, Tolland 
podia ver a forte corrente puxando o navio. 
Ancorado pela proa, o Goya estava a favor da corrente, 
tensionando sua enorme amarra como se fosse uma besta 
aprisionada. 
- é realmente lindo - disse o piloto, rindo. 
Tolland sabia que o comentário era sarcástico. O Goya era 
feio. "Esquisitao", segundo o comentário de um jornalista. 
Com casco duplo e pequena área de contacto com a água, 
ele tinha todas as vantagens de ser uma das 17 embarcacoes 
Dan_Brown_-_A_conspirao                           439 
        



