Medo de voar? Que ideia...
O avião é o meio de transporte mais seguro. Seria preciso viajar todos os dias, durante 712 anos, para um passageiro se envolver num acidente aéreo.
Há um provérbio que diz que o medo de voar dá asas. Mas não deve passar disso mesmo, de um provérbio, pois há quem resista afincadamente a embarcar num avião. Nuno André, nome fictício, pois desejou manter o anonimato é um passageiro frequente. Do seu automóvel. Aceitou o desafio de trabalhar na Tunísia mas faz sempre a viagem de carro até Lisboa. "Demoro dois dias", contabiliza. Quando se apanhasse um avião levaria hora e meia. "Quem voa são os pássaros. E eu ainda não tenho penas", justifica, brincando com a sua fobia. E jura não levantar o pé de terra firme.
Segundo dados de algumas companhias americanas o medo de voar atinge 30,7% da população mundial. A raiz do pavor está no subconsciente humano. O homem não está geneticamente programado para descolar, afinal a evolução deu-se em terra firme. Depois faz apenas um século que se começou a viajar de avião.
Porém, há uma questão pertinente: será que os aviofóbicos (pessoas que têm pavor de voar) já pesquisaram na internet algumas estatísticas sobre sinistralidade? Deviam fazê-lo. Se calhar perdiam o medo! Dados da Federal Aviation Administration, órgão do Departamento de Transportes do governo dos EUA, são elucidativos: "Num período de um a cinco anos, os acidentes aeronáuticos foram responsáveis por 0,08% das fatalidades, os ciclistas contribuíram com 0,67%, os acidentes domésticos rondaram os 17,99% e, por fim, os rodoviários com 38,70%". Leitura? Andar de bicicleta é 8,3 vezes mais perigoso do que voar; as tarefas domésticas expõem-nos 224,8 vezes mais a riscos. Já agora andar de carro é 483,7 vezes mais perigoso do que viajar confortavelmente numa aeronave. De acordo com a Fundação de Segurança de Voo dos EUA seria preciso voar todos os dias, durante 712 anos, para que uma pessoa se envolvesse num acidente aéreo. Era azar acontecer-lhe logo a si.