O uso do cartão de crédito ficou bem popularizado na China com o rápido desenvolvimento econômico do país. Segundo estatísticas divulgadas pelas autoridades chinesas, o país emitiu 190 milhões de cartões de crédito em 2010. O acúmulo de pontos em troca de brindes ou cupons de descontos tornaram-se o principal método para os bancos atraírem clientes. Na hora da troca, no entanto, as promessas feitas quando os clientes abriram suas contas não são cumpridas, desesperando muitos detentores de cartões de fidelidade.
"Não vou gastar mais só para acumular pontos. Os brindes são muito ruins. Não vejo com bons olhos esse tipo de coisa. Sei que posso trocar por algumas prendas, mas são coisas inúteis. Por isso, não dou muita atenção a isso."
No final do ano, muitos consumidores costumam materializar seus pontos acumulados no cartão de crédito. Porém, depois de checar no site do banco, descobrem que os pontos acumulados são suficientes apenas para trocarem por artigos como chinelos e toalhas. Produtos como iPods são quase inacessíveis para a maior parte dos consumidores, pois necessitam de uma quantidade astronômica de pontos acumulados.
Em um banco chinês, o detentor de um cartão de crédito emitido pelo mesmo pode trocar 18 mil pontos por um ingresso para um dos 22 cinemas localizados em 12 cidades. Não obstante, em 2008, bastavam apenas 9 mil pontos para a troca.
De acordo com o padrão adotado pela maioria dos bancos chineses, 1.000 yuans gastos no cartão de fidelidade acumulam pontos para trocas no valor de apenas dois yuans. Se um consumidor gastar dois mil yuans por mês no cartão de crédito, no final do ano poderá trocar por algo de no máximo 48 yuans.
É válido lembrar que a compra de imóveis, carros e serviços de saúde não acumulam pontos na maioria dos cartões de fidelidade. Funcionários de bancos disseram que a pressão inflacionária aumentou os custos, resultando na desvalorização dos pontos.
"De fato, o retorno de benefícios aos clientes provém de todo o negócio do banco, ou seja, o que os clientes ganham dos pontos faz parte dos lucros do banco."
Quando um banco desenvolve negócios referentes ao cartão de fidelidade, costumam lançar políticas preferenciais sobre o retorno de benefícios aos clientes. Alguns deles até registram prejuízos no negócio, tornando essas políticas insustentáveis.
Para outros funcionários de bancos, os clientes VIP mantêm o valor dos pontos graças ao seu alto poder aquisitivo, contribuindo mais para os lucros dos bancos. Assim, a queixa de pequenos clientes sobre a desvalorização dos pontos é insignificante para os bancos.
Ademais, para trocar os pontos por presentes, os clientes precisam se familiarizar com a internet ou com os serviços telefônicos do banco.
"Os brindes podem ser encontrados na nossa página. Também prestamos outros meios para fazer a troca, como por telefone. Porém, não informamos nossos clientes sobre esse serviço."