O Comitê Central do Partido Comunista da China realizou dias atrás uma reunião de trabalhos hídricos. O encontro destacou que a questão dos recursos hídricos é estratégica.

A China possui a maior população do mundo, mas os recursos e a reserva de água doce são poucos e a sua distribuição é desequilibrada. A quantidade de água por pessoa na China representa apenas um terço da média mundial. Em anos normais, faltam 50 bilhões de metros cúbicos e dois terços das cidades não têm água suficiente. No início deste ano, as províncias no sul sofreram com inundações e seca em um curto período. As questões hídricas se tornaram uma grande barreira para o desenvolvimento chinês.

No 1º Documento do Comitê Central do Partido Comunista da China de 2011, a construção de instalações hídricas foi destacada. A província de Jiangsu, no leste do país, é uma das mais desenvolvidas e ricas e também alcançou êxitos no tratamento sobre questões de água. O chefe da Administração Provincial de Recursos Hídricos de Jiangsu, Lv Zhenlin, ressalta:

"a nossa meta é estabelecer um sistema moderno que garanta o abastecimento total em 2015. Baseados em estudos internacionais e práticas locais, lançamos o modelo básico de modernização hídrica."

Graças aos projetos de infraestrutura hidráulica, em cinco anos a província conseguiu reduzir o consumo água por habitante. Agora, para gerar 10 mil yuans ao PIB são necessários 161 m3 de água, volume 44% menor na comparação com 2005. Durante a conversa, Lv ressaltou várias vezes a palavra "modernização", que é a prioridade para a província de Jiangsu:

"o objetivo final da modernização hídrica é utilizar os estudos dos países mais avançados para servir o desenvolvimento socioeconômico e proteger os recursos aquáticos. Para isso, precisamos de melhorar as tecnologias e o serviço ao público."

Na província de Hunan, no centro-sul do país, a precipitação média anual é de 1450 milímetros e seus recursos hídricos são relativamente abundantes. No entanto, com o desenvolvimento econômico e a expansão da população, Hunan começa a enfrentar seca e falta de água. O vice-chefe da Administração Provincial de Recursos Hídricos de Hunan, Liu Peiya, fala à reportagem:

"quando não tem chuva, temos de fazê-la artificialmente por canhão. O volume de precipitação registrou redução nos últimos anos e a quantidade de água dos rios que cortam nossa província também diminuiu. Esta é uma nova realidade que já trouxe seca para Hunan."

Mas a situação está melhorando. A província presta muita atenção a este problema e tem o trabalho hídrico como uma das prioridades dos chefes dos órgãos governamentais. Uma série de regulamentos sobre utilização e economia de água já foram promulgados.

Guizhou é uma província montanhosa no sudoeste da China. A região enfrenta muita dificuldade financeira, mas ainda assim intensificou o investimento em construções relacionadas com o abastecimento de água. Li Ping, chefe da Administração Provincial de Recursos Hídricos de Guizhou, destaca:

"o investimento na área durante o 11º plano quinquenal do país foi três vezes maior que o do plano anterior. O valor representa a metade do investimento total deste a fundação do país. Só no ano passado, foram 10 bilhões de yuans. Um recorde histórico."

Segundo Li, nos últimos cinco anos, Guizhou resolveu o problema de acesso à água para 10 milhões de pessoas nos campos. Além disso, reparou 646 reservatórios, instalou geradores de eletricidade de 1,5 milhões de quilowatts e reformou equipamentos de irrigação para que economizem mais água.