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chumbo". De qualquer forma, o sentido era o mesmo. Quando
o tanque de imersao se enchia, levava o submarino para o
fundo.
Ao passar as maos pela lateral do tanque, o apresentador de
Maravilhas dos mares encontrou dezenas de buracos de
balas. Podia sentir a água entrando. O Triton estava se
preparando para um mergulho profundo, quer Tolland
gostasse ou nao.
O submarino estava agora a quase um metro de
profundidade. Nadando para a frente, Tolland encostou o
rosto no domo e olhou para dentro.
Rachel estava socando o vidro e gritando, apavorada. Michael
sentiu-se impotente, a mesma sensacao que experimentara
anos antes, ao ver a mulher que amava morrer num quarto
frio de hospital. Movendo-se debaixo d'água, ele pensou que
nao suportaria passar por tudo aquilo novamente. Célia
dissera que o marido era um sobrevivente, mas ele nao queria
continuar a viver sozinho pela segunda vez.
Seus pulmoes estavam ardendo, mas ainda assim Tolland
permanecia lá, na frente dela. A cada vez que Rachel batia no
vidro, ele ouvia bolhas de ar saindo e o submarino afundava
mais um pouco. Ela estava fazendo gestos para mostrar que
havia água entrando pela janela.
Havia um vazamento no domo.
Um buraco de bala na janela? Pouco provável. Com os
pulmoes quase arrebentando, Tolland preparou-se para subir.
Percorreu com as palmas das maos a grande janela de
plexiglas e seus dedos encontraram uma peca de borracha
solta. Uma das vedacoes externas fora danificada quando o
submarino caiu. Por isso estava ocorrendo um vazamento no
interior da cabine. Mais notícias ruins.
Subindo até à superfície, Tolland respirou fundo três vezes,
tentando concentrar-se. A água que estava entrando na
cabine só iria acelerar a descida do Triton. O submersível já
estava a 1,5 metro de profundidade e o oceanógrafo mal
conseguia tocá-lo com os pés. Mas ainda podia sentir Rachel
batendo desesperadamente no domo.
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