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exoesqueleto de quitina segmentado em cabeca, tórax e
abdomen. Possui apêndices articulados, antenas e olhos
compostos similares aos dos insectos que vivem na superfície
terrestre. Nao possui predadores e vive em ambientes
pelágicos estéreis que, até recentemente, eram tidos como
nao habitáveis. - Tolland olhou para Rachel. - Isso poderia
explicar a ausência de outros tipos de fósseis naquela
amostra!
Rachel examinou a criatura na tela. Estava empolgada, mas
ao mesmo tempo em dúvida sobre o significado real daquilo
tudo.
- Imagine - prosseguiu Tolland, animado - que há 190 milhoes
de anos uma ninhada de Bathynomus tenha sido enterrada
por um deslizamento de lama no oceano profundo. à medida
que a lama fosse se transformando em rocha, as criaturas
teriam se fossilizado na pedra. Ao mesmo tempo, o fundo do
oceano, num movimento contínuo e lento próximo às fossas
oceanicas, levou os fósseis até uma zona de alta pressao na
qual a rocha forma condrulos! - Tolland ia falando cada vez
mais rápido. - E, se parte dessa crosta cheia de condrulos e
fósseis se desprendesse e fosse parar entre os sedimentos
que ficam na camada superior da fossa, o que é relativamente
comum, estaria numa posicao perfeita para ser descoberta!
- Mas se a NASA... - Rachel titubeou. - Quero dizer, se tudo
isso for uma grande mentira, a NASA saberia que, mais cedo
ou mais tarde, alguém iria descobrir que esse fóssil se parece
com uma criatura marinha, nao é? Assim como nós acabamos
de fazer!
Tolland comecou a imprimir as fotos do Bathynomus na
impressora a laser.
- Nao sei. Mesmo se aparecesse alguém mostrando as
semelhancas entre os fósseis e um desses isópodes
marinhos actuais, isso nao provaria nada. Há diferencas na
fisiologia das duas espécies. Quase o suficiente para reforcar
a afirmacao da NASA.
Rachel compreendeu, num estalo.
- Panspermia! - A vida na Terra foi semeada a partir do
espaco.
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